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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/VERDE & AMARELO & VERMELHO
Durante ato em defesa do governo em reduto do presidente, Tarso afirma que oposição quer abater auto-estima da classe trabalhadora
2.000 vão às ruas em favor de Lula no ABC
DA REPORTAGEM LOCAL
Ato no reduto histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
-o centro de São Bernardo do
Campo (SP)- reuniu ontem, segundo a polícia, 2.000 pessoas em
defesa do governo federal, entre
sindicalistas, religiosos, políticos e
militantes petistas e do PC do B.
Em palco montado em frente à
Igreja Matriz da cidade, onde Lula
já recebeu abrigo em 1979 quando
liderava uma greve, o presidente
do PT, Tarso Genro, disse que o
objetivo da oposição era "abater a
auto-estima da classe trabalhadora", e não exigir punição dos erros
do PT. "Se quisessem investigar o
caixa dois, teriam começado muito antes", afirmou em ataque ao
governo do tucano Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002).
Mesmo com a permanência do
ex-ministro José Dirceu na chapa
do Campo Majoritário, Tarso
afirmou que apoiará o secretário-geral, Ricardo Berzoini, candidato a presidente pela corrente.
Segundo Tarso, Berzoini também representa a "refundação"
do partido que ele propõe.
O evento foi também em defesa
da reeleição de Lula. "Um ,dois,
três, Lula outra vez" foi palavra de
ordem puxada do palco, decorado com bandeiras do PT e material de campanha de 2002 (A foto
de Lula e a frase "Eu quero um
Brasil decente", por exemplo).
Um pastor da Assembléia de
Deus e uma freira também defenderam o presidente em discursos.
O deputado federal Professor
Luizinho (PT-SP), um dos acusados de envolvimento no escândalo do "mensalão", acompanhou a
marcha do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC à Praça da Matriz. Deu autógrafos.
"Eu não sou envolvido, sou inocente", respondeu Luizinho.
O relatório parcial das CPIs recomenda a cassação dele porque
seu assessor, José Nilson dos Santos, sacou R$ 20 mil do esquema
do publicitário mineiro Marcos
Valério de Souza, apontado como
operador do suposto "mensalão".
Questionado sobre a presença
de Luizinho, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
paulista, José Lopez Feijó, disse:
"Não posso proibir ninguém de
vir, não posso prejulgar."
O deputado federal Vicentinho
(PT) saiu em defesa de Luizinho
no palco: "Cadê o companheiro
Luizinho? Nessa hora a gente tem
que ser companheiro. Esses companheiros não são corruptos que
nem Valdemar Costa Neto ou Antonio Carlos Magalhães. É preciso
separar o joio do trigo", disse ele.
Costa Neto, ex-presidente do
PL, renunciou ao mandato de deputado. Ele também sacou dinheiro do esquema de Valério.
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