São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Cabo-de-guerra

O desgaste de imagem da Abin, colocada no centro do escândalo dos grampos, fez crescer entre os militares a ambição de comandar a Agência Brasileira de Inteligência, hoje subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Esse ataque especulativo é um dos elementos que estão por trás da troca de farpas entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o chefe do GSI, Jorge Felix.
Lula não se manifestou a respeito, mas, entre seus auxiliares, predomina a desaprovação à idéia. Um ministro lembra que ter o setor de inteligência sob comando civil foi uma conquista institucional e que, do ponto de vista prático, nada indica que, com chefe militar, a Abin seria menos bisbilhoteira.

Lembra de mim? Antes do evento da indústria naval, ontem em Pernambuco, Lula teve encontro reservado com o líder do MLST, Bruno Maranhão, que liderou a depredação da Câmara em 2006. O assunto da conversa foi uma invasão dos sem-terra em área de proteção ambiental.

Daqui eu não saio. A segurança da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo emitiu alerta para que o prédio fosse esvaziado na tarde de ontem, sob iminência de incêndio. O juiz Fausto De Sanctis, responsável pela Operação Satiagraha, recusou-se a sair.

Cafezinho. Em campanha discreta para a presidência do Senado, Tião Viana (PT-AC) fez visita a José Sarney (PMDB-AP). Ouviu do ex-presidente que este não pretende voltar ao posto. "De grampo a poesia, a conversa foi excelente", diz o petista.

Espelho meu. O ministro Geddel Vieira Lima (Integração) fugiu do fogo cruzado entre o seu PMDB e o PT e foi fazer campanha para o candidato petista em Niterói, Rodrigo Neves. "É só o PT da Bahia que me acha feio", tripudia.

Pega! Parte da equipe de Geraldo Alckmin (PSDB), incluindo o assessor logístico da campanha, Felipe Sigolo, ficou presa, ontem, num vagão da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos na zona sul. O candidato saltou do trem, mas o restante do grupo não conseguiu acompanhá-lo.

Está na tela. A ascensão meteórica de João da Costa em Recife levou Lula a gravar ontem seu primeiro depoimento para o programa do candidato do PT na capital pernambucana. Até então, o presidente relutava porque o deputado federal Cadoca (PSC), também da base governista, está na disputa.

Contramão. Enquanto muitos candidatos a prefeito anunciam a intenção de criar, se eleitos, "centrais de monitoramento" de segurança, Antonio Imbassay (PSDB) decidiu propor o contrário em Salvador. "O que você acha que um bandido vai fazer quando descobrir que está sendo filmado? Vão quebrar as câmeras e vai ser um montão de dinheiro jogado fora", diz o novo vídeo da campanha tucana.

Dois roteiros. O evento com a presença de Lula para tentar socorrer a candidatura de Fátima Bezerra (PT) em Natal, dia 19, está sendo programado para ser grandioso. O comício poderá ser no Largo do Machadão, estádio da capital, ou os conjuntos habitacionais da zona norte, na margem oposta do rio Potengi, onde se concentra um terço do eleitorado da cidade.

Afinidades. A aliança do PT da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, com o PMDB de Jader Barbalho tem se espalhado pelo mundo sindical. Na semana passada, o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, quadro do PMDB do Senado, foi ovacionado em debate por eletricitários, a maioria da CUT.

Visita à Folha. Aloizio Mercadante (PT), senador por São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava com Patrícia de Paula, assessora de imprensa.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"A maior prova de confiança foi Lula ter me escolhido vice-líder do governo na área de Orçamento, para cuidar do PAC. Os ataques vêm porque estou subindo nas pesquisas."
Do candidato do PT à Prefeitura de Salvador, WALTER PINHEIRO, sobre a campanha do PMDB, que o acusa de ter votado contra o governo no primeiro mandato de Lula e quase ter sido expulso do PT.

Contraponto

O visitador

Ao dar a palavra a Eduardo Suplicy em recente sessão do Senado, Álvaro Dias fez um agrado ao petista, que visitaria dali a alguns dias a base eleitoral do tucano:
-O senhor será muito bem-vindo no Paraná!
Ato contínuo, vários senadores presentes começaram a brincar com o fato de Suplicy viajar constantemente.
-Um peregrino!-, disse Casildo Maldaner (PMDB-SC).
Colega de bancada de Suplicy, João Pedro acompanhou atento e, quando a brincadeira já arrefecia, pediu:
-Escute, senador, tem como o senhor encontrar um tempinho para fazer campanha em Manaus?


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