São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Alckmin e Kassab atacam plano de Dilma para metrô

Adversários de Marta dizem que verba federal não será "de graça", e sim um empréstimo

Ministra afirma no rádio, em programa da petista, que dinheiro é "financiamento" via BNDES e Caixa, e não vem do Orçamento da União

DA REPORTAGEM LOCAL

Tema central da campanha de Marta Suplicy (PT) à prefeitura, a promessa de injeção de dinheiro do governo federal na expansão do metrô paulistano a partir do ano que vem se transformou em arma dos adversários, que tentam desqualificar o discurso da ex-prefeita.
Ontem, dia em que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi ao programa de rádio de Marta para dizer que a União "financiará" novas linhas, Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), num raro momento de sintonia, correram para frisar que, se a verba sair, não será de graça, e sim em forma de empréstimo.
Ao longo da campanha, Marta tem dito que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai "colocar" dinheiro no metrô.
A Folha revelou nesta semana que a proposta de Orçamento da União para 2009, no entanto, não prevê tal aporte. Dilma, então, foi convocada pela campanha petista para explicar que dinheiro sairá em forma de financiamento via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Caixa Econômica Federal.
Embora os empréstimos de agentes de desenvolvimento sejam mais vantajosos do que os da iniciativa privada, Kassab aproveitou para explorar o fato de que o governo do Estado terá, no fim, de pagar por esse dinheiro, com aplicação de juros.
"É inédito. O compromisso da candidata sendo desmoralizado antes mesmo de ela tentar ser eleita", ironizou o prefeito.
"A candidata do PT falou, falou, falou que o governo federal ia pôr meio bilhão por ano no metrô e o Orçamento foi enviado com recurso para várias capitais brasileiras, e São Paulo tem zero", insistiu Alckmin.
O tucano repetiu que a Caixa e o BNDES "fazem financiamento". "Não é recurso federal para metrô, é totalmente diferente", disse o ex-governador.
No programa de rádio de Marta, o locutor simula receber uma ligação de Dilma. "Andam dizendo que o presidente Lula não está interessado em ajudar a resolver o problema de transporte e trânsito em São Paulo", diz ele. A ministra responde: "Como é que nós não trataríamos de um dos problemas mais graves? Eu explico, é fácil de entender. Os primeiros recursos não são do Orçamento, são financiamentos".
A ministra ainda ressalta: "Olha, São Paulo pode ficar tranqüila no que depender do presidente Lula". Marta interage: "São Paulo agradece o seu apoio e o do presidente Lula."

Esforço concentrado
O PT vai contar com forte ajuda federal na ofensiva que programou para os 15 últimos dias da campanha de Marta.
O partido negocia novos eventos com Lula. Um está praticamente confirmado para o dia 20, em Brasilândia, zona noroeste. Petistas ainda tentam acertar sua ida a mais quatro comícios, nos dias 27 e 28, nos extremos leste e sul.
Além disso, ministros vão intensificar ações com Marta. Depois da participação de Dilma no programa de rádio, hoje é a vez de Tarso Genro (Justiça) ter agenda com a ex-prefeita. Na segunda, será a vez de Paulo Vannuchi (Direitos Humanos).
Lula já andou em carro aberto e fez comício com a petista no extremo leste, sábado passado. Na zona noroeste, palco da nova aparição do presidente, a petista promete construir um hospital. O plano de Marta para o metrô chega até Cachoeirinha, bairro da mesma região.


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