|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
QUESTÃO AGRÁRIA
MST promete trégua para preparar onda de invasões
da Redação
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) promete para hoje e amanhã uma trégua na sua nova onda de invasões,
que começou na segunda-feira
passada em São Paulo.
As lideranças do movimento,
reunidas em diversas cidades do
Pontal do Paranapanema (extremo oeste paulista) na semana passada, previam que o fim-de-semana seria de calmaria para armar a
programação para depois do
"Grito dos Excluídos".
O "Grito" é uma manifestação
nacional que ocorre amanhã em
cerca de 20 Estados em favor da
reforma agrária e de melhor distribuição de renda.
Em entrevista anteontem, os organizadores do "Grito" estimaram em 1,5 milhão de pessoas o
número de manifestantes.
O MST conclama uma onda nacional de invasões após o ato amanhã. Até a noite de sexta, houve 14
invasões em São Paulo. Uma 15ª
tentativa de invasão, ocorrida anteontem mesmo, havia sido repelida por seguranças armados.
Na quinta-feira, o ministro Raul
Jungmann (Política Fundiária)
havia dito que a situação de conflito levaria "a um cadáver".
Na sexta, o MST respondeu a
Jungmann, dizendo que se houvesse cadáver, a culpa seria do governo por não ter intercedido nas
negociações entre sem-terra e fazendeiros.
Na opinião do ministro, a onda
de invasões é uma resposta do líder sem-terra José Rainha Jr. às insinuações de que estaria se aproximando do governo. Por isso, diz
Jungmann, as alas mais radicais
do MST estariam cobrando uma
postura mais dura de Rainha.
O líder dos sem-terra nega, dizendo que Jungmann é a fonte das
insinuações e que nunca se aliou
ao Palácio do Planalto. Na quinta
passada, um telefonema do advogado e deputado federal petista
Luiz Eduardo Greenhalgh ao presidente do Incra, Milton Seligman,
pôs fim ao diálogo: Rainha não se
reuniria com o governo.
Por sua vez, o Planalto também
disse que não iria discutir com os
sem-terra enquanto as invasões de
terra continuassem.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|