|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO SANTO ANDRÉ
Todas eram acusadas de participar de esquema de propina
TJ anula denúncia contra 6 pessoas
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo anulou ontem denúncia criminal feita pelo Ministério Público estadual contra seis
pessoas supostamente envolvidas
em esquemas de pagamento de
propina em Santo André (região
metropolitana de São Paulo). A
Promotoria pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça.
Em junho, os promotores haviam denunciado (acusado formalmente) Klinger Luiz de Oliveira Souza, ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André, e
mais cinco pessoas: Sérgio Gomes
da Silva, Ronan Maria Pinto, Irineu Nicolino Martin Bianco,
Humberto Tarcisio de Castro e
Luiz Marcondes de Freitas Júnior.
Todos respondiam pelos crimes
de concussão (exigir vantagem
em razão do exercício de cargo
público) e formação de quadrilha.
A denúncia foi recebida pelo
juiz da 1ª Vara Criminal de Santo
André, Iasin Issa Ahmed, que rejeitou o pedido de prisão dos acusados, feito pela Promotoria.
Ontem, o TJ analisou pedidos
de habeas corpus feitos pelos acusados. Dos três desembargadores
com direito a voto, dois votaram
pela anulação da denúncia.
Segundo Antonio Claudio Mariz de Oliveira, advogado de Ronan Maria Pinto, os desembargadores rejeitaram a alegação de
que a Promotoria não tem legitimidade para fazer investigações.
Eles sustentavam que somente a
polícia poderia fazer isso, mas essa tese não prosperou.
O tribunal, porém, deu razão
aos acusados em relação à acusação de que o Ministério Público
"investigou em desobediência às
normas do Código de Processo
Penal e da Constituição Federal",
segundo Mariz de Oliveira.
Segundo ele, a investigação tem
que apontar os suspeitos, eles devem ser ouvidos, têm o direito de
contratar um advogado, devem
ter acesso ao processo e têm o direito de requerer diligências.
"Nesse caso, o Ministério Público utilizou um procedimento sigiloso, entre quatro paredes, e chegou a negar a existência dele.
Houve prova seletiva, porque somente os depoimentos que interessavam à Promotoria foram
juntados ao processo. Os acusados não tiveram a oportunidade
de serem ouvidos nem de requerer diligências", disse o advogado.
O Ministério Público ainda tem
a possibilidade de oferecer outra
denúncia contra os acusados, desde que abra um inquérito, ouça os
acusados e dê a eles a oportunidade de pedirem diligências.
Texto Anterior: Ida ao Rio é agradecimento, diz Lula Próximo Texto: Panorâmica - Campanha: Garotinho diz ter gasto R$ R$ 3,211 mi Índice
|