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PFL coloca na pauta
projeto sobre mínimo
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL preparou uma armadilha
para o PT hoje na Comissão do
Trabalho da Câmara. O presidente da comissão, Rodrigo Maia
(PFL-RJ), colocou na pauta de votações projeto de lei relatado pelo
deputado Paulo Paim (PT-RS)
que prevê o aumento do salário
mínimo para R$ 250.
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), afirmou à
Folha que a decisão de colocar o
projeto em votação na comissão
tem a aprovação do partido. "Não
vai nenhuma retaliação nisso. Estamos apenas perseguindo a proposta de fixar um valor de US$ 100
para o mínimo. Nós temos defendido essa proposta junto com o
senador [eleito" Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA)."
O deputado Aloizio Mercadante
(PT-SP) disse que a proposta "é
inconstitucional" e "não tem fundamento", porque, segundo ele, a
Câmara não pode aprovar o valor
do salário mínimo antes de discutir o Orçamento da União. "Primeiro temos que discutir as fontes de receita para depois fixarmos o valor do mínimo."
Logo que foi informado sobre a
inclusão do projeto na pauta da
Comissão do Trabalho, Mercadante teve uma rápida conversa
com Paim no plenário da Câmara, às 19h de ontem. O líder do PT
na Câmara, João Paulo (SP), participou do final da conversa.
Após conversar com os dois colegas, Paim afirmou que não vai
reduzir o valor da sua proposta
para o mínimo, mas vai discutir o
projeto na comissão, hoje pela
manhã, e propor que o mínimo
de R$ 250 seja implantado em
maio de 2003. Ele disse que ouviu
"companheiros de partido" apresentarem seus argumentos. Eles
teriam respeitado a sua decisão.
"Sempre defendi que o momento de discutir o valor do mínimo
não é agora, na votação do Orçamento da União, mas entre fevereiro e abril. Na votação do Orçamento temos que discutir o financiamento da Previdência, mas
não o valor do mínimo", explicou.
Paim admitiu um valor entre R$
240 e R$ 250, não menos. Inocêncio afirmou que o PFL já havia
proposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias um aumento de 25%
para o mínimo, que elevaria o valor para R$ 250. "Vamos aprovar
a proposta do Paim", disse o pefelista com um largo sorriso.
Na discussão do Orçamento no
Congresso, o principal problema
enfrentado pelo PT é encontrar
fontes de receita para o aumento
do mínimo. O projeto enviado pelo governo para o Legislativo prevê um reajuste de 5,5%, ou seja,
um aumento de R$ 11.
Colaborou JULIANNA SOFIA, da
Sucursal de Brasília.
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