São Paulo, Segunda-feira, 06 de Dezembro de 1999


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PAINEL

O velho dragão assusta

O grupo mais ortodoxo da equipe econômica avalia que, se a inflação continuar a preocupar no começo de 2000, a taxa de crescimento deveria ser ""estimulada" a ficar entre 2,3% e 2,6% no ano. O crescimento de 4%, desejado publicamente por FHC, cairia no esquecimento.

Tiro no pé

A reação dura de ACM contra mudanças no projeto que limita a edição de medidas provisórias joga contra o texto aprovado no Senado. O estilo agressivo do pefelista engrossou o número de deputados que querem retomar o projeto original da Câmara, cujo autor é Aloysio Nunes, hoje na Secretaria Geral.

Alto nível 1

Collor diz que processará Ciro, que o chamou de ""playboy cheirador de cocaína". ""O falastrão pagará por suas mentiras na Justiça. É um moleque cuja covardia pessoal eu mesmo já pude atestar", afirma o ex-presidente impedido em 92 e pré-candidato a prefeito de SP.

Alto nível 2

Avaliação de uma ala do PPS, partido de Ciro: o presidenciável errou ao atacar Collor. Teria dado palanque a quem precisa comprar brigas para ressurgir na mídia. E sua retórica acaba sempre soando parecida com a collorida, uma marca negativa.

Saindo da caserna

Um general, Alberto Cardoso (Casa Militar), pode falar na próxima reunião anual da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) a ser realizada na Bahia, em homenagem aos 500 anos. Tema: drogas, assunto em estudo para a campanha da fraternidade de 2000.

Pragmatismo

Visão dos técnicos e políticos que acham que a partilha da receita tributária só deve ocorrer por emenda constitucional: a União pode até não conseguir mudanças favoráveis a ela, mas a barreira dos 308 votos permite que se defenda daquelas que lhe são bem desfavoráveis.

Mais um pefelista

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dará parecer favorável ao pedido de licença, feito pelo STF, para que José Aleksandro (AC) seja processado. O plenário tende maciçamente a votar a favor da licença.

Demora arriscada

Há 34 famílias aguardando a criação do programa de proteção a testemunhas em SP. A assessoria jurídica do governador Covas já deu sinal verde para a assinatura do convênio, mas a data ainda não foi marcada.

Ah, bom

Everardo Maciel (Receita) diz que não vetou entrevistadores do ""Roda Viva". Ele seria entrevistado hoje na TV Cultura, mas o programa foi cancelado e uma reprise vai ar. ""Só dou entrevista para jornalistas". Indiretamente, confirma o veto, pois o formato do programa não prevê apenas jornalistas.

Segunda opção

Luiza Erundina (PSB) esteve com Brizola para discutir uma possível aliança na eleição municipal de São Paulo. O PDT não descarta apoiar a deputada, mas acha que é melhor ficar com Marta Suplicy (PT).

Pneu furado

A volta de Mendonção a Brasília serviu para os tucanos chegarem a uma conclusão: o ex-ministro perdeu importância política. Como sempre, ele desancou Malan (Fazenda), mas o mercado não deu a menor bola.

Fogo socialista

De Emerson Kapaz (PPS-SP), sobre ACM criticar o relatório de reforma tributária de Mussa Demes, pefelista como ele: ""Para defender a guerra fiscal, ACM não respeita nem o seu partido. Põe a Bahia acima do PFL e dos interesses do país".

Dança de cadeiras

O deputado estadual Edson Aparecido está para ser eleito o novo presidente do PSDB paulista. Também deputado estadual, Arnaldo Jardim deverá dirigir o PPS no Estado de SP.
TIROTEIO
De José Roberto Batochio (PDT-SP), sobre mudanças aprovadas pela bancada governista no relatório de reforma do Judiciário de Zulaiê (PSDB):
- FHC está quebrando a espinha da reforma. Promove uma retrocesso que vai tornar o Poder Judiciário ainda menos democrático do que na época do regime militar.

CONTRAPONTO
Um "não" muito educado


O prefeito de Araxá, Olavo Drummond, é desses mineiros que acreditam que tudo se ajeita com uma boa conversa e com os contatos certos.
Foi ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) e fez um monte de amigos na posição. É uma figura querida em Brasília. Sua ""habilidade" (nunca contrariar um interlocutor) é sempre elogiada por políticos matreiros.
Recentemente, Olavo Drummond estava em uma reunião com vereadores de sua cidade.
De repente, o assunto saiu da administração para a política. O prefeito afirmava que há sempre uma forma de se dizer algo duro de maneira educada. Há sempre um jeito de suavizar uma negativa e de quebrar resistências.
O vereador João Bosco Borges queria uma resposta mais objetiva. Queria uma fórmula que pudesse ser seguida.
Olavo Drummond lhe passou a primeira lição:
- Aprenda a fazer palavras cruzadas. Só vence em política quem usa os sinônimos.


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