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MUNDO NOVO
Acusados podem ser condenados a mais de 20 anos de prisão
Polícia de MS indicia 3 por assassinato de prefeita
ROBERTO SAMORA
da Agência Folha, em Mundo Novo
A delegada Sidnéia Tobias, responsável pelo inquérito do assassinato da prefeita petista de Mundo Novo (MS) Dorcelina de Oliveira Folador, indiciou no final de
semana três pessoas sob acusação
de homicídio doloso qualificado.
As investigações também levaram a polícia a descobrir a autoria
de cinco "crimes de pistolagem"
na região e a prender seis pessoas,
além das três indiciadas.
A prefeita foi assassinada com
seis tiros na noite do dia 30 de outubro, na varanda de sua casa, em
Mundo Novo (470 km ao sul de
Campo Grande).
As três pessoas indiciadas pela
Polícia Civil são o atual secretário
de Finanças do município, Jusmar Martins da Silva, suspeito de
ser o mandante do assassinato, o
despachante Roldão Teixeira de
Carvalho, acusado de contratar o
autor do crime, e o pistoleiro Getúlio Machado, indiciado sob acusação de ser autor dos disparos
que mataram a prefeita.
Segundo a polícia, Jusmar confessou ter financiado o crime. Ele
afirmou ter dado R$ 20 mil para
os pistoleiros quatro dias depois
da morte da prefeita. Daria mais
R$ 15 mil no dia 30 de dezembro.
Em depoimento, os acusados
disseram que mataram a prefeita
por motivos pessoais. Jusmar,
que foi secretário da Agricultura
de Dorcelina, teria dito que foi
humilhado pela prefeita quando
foi demitido.
O despachante Carvalho disse
que participou do crime porque
Dorcelina seria a culpada por ele
estar sexualmente impotente. A
prefeita teria chutado os seus testículos durante agressão sofrida
na campanha das últimas eleições. O motivo da agressão seria a
distribuição de panfletos contra o
então candidato ao governo José
Orcírio dos Santos, o Zeca do PT,
hoje governador.
Segundo a polícia, o pistoleiro
Machado negou ser o autor dos
disparos, mas admitiu ter contratado outra pessoa para matar a
prefeita.
A delegada disse que os três podem pegar "mais de 20 anos de
prisão, se condenados, pois houve
premeditação, tocaia e o crime foi
feito mediante pagamento".
Jusmar é filho do delegado da
cidade, Joel José da Silva. Filiado
ao PMDB local, o delegado teria
convencido o atual prefeito de
Mundo Novo, Kléber Correa de
Souza, a trocar o PMN pelo
PMDB um mês antes da morte da
prefeita, o que ele nega.
Uma das primeiras medidas tomadas por Souza assim que assumiu o cargo foi trocar o titular da
Secretaria de Finanças e dar posse
a Jusmar, que é casado com uma
irmã do prefeito.
Souza não quis se pronunciar.
Preferiu "aguardar a completa
elucidação dos fatos", segundo
informou uma nota oficial.
Integrantes do PT dizem que
vão pedir a renúncia do prefeito.
O ex-secretário da Administração
de Mundo Novo Indalécio Vanderlei Franco afirmou que "o povo está querendo que Kléber renuncie". De acordo com ele, "o
partido não vai se omitir".
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