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MATO GROSSO
Acusado nega envolvimento com o crime organizado no Estado
PF busca suposto líder de quadrilha
FREE-LANCE PARA AGÊNCIA
FOLHA, EM CUIABÁ
A Polícia Federal desencadeou
ontem em Cuiabá (MT) a Operação "Arca de Noé" para prender
João Arcanjo Ribeiro, 52, suspeito
de ser chefe do crime organizado
no Estado. Ele não foi localizado
até a conclusão desta edição.
A Polícia Civil investiga se Arcanjo Ribeiro é o mandante do assassinato de Sávio Brandão, 40,
dono do jornal "Folha do Estado", o segundo maior do Estado.
Brandão foi morto a tiros em 30
de setembro, em Cuiabá. Nos meses que antecederam sua morte,
seu jornal publicou reportagens
sobre o crime organizado e, numa
delas, Arcanjo é chamado de "Al
Capone de Mato Grosso". Na semana passada, o Ministério Público colheu o depoimento de um
suspeito que afirma que Brandão
foi morto a mando de Arcanjo.
Em nota à imprensa divulgada
anteontem, Arcanjo Ribeiro negou envolvimento com o crime
organizado e, sobre Sávio Brandão, disse que "repudia, como toda a sociedade mato-grossense,
esse bárbaro assassinato, assinalando que vinculação alguma tem
ou pode lhe ser idoneamente atribuída em relação a esse fato".
"Esta é uma organização criminosa muito bem estruturada, que
tem ramificações em setores públicos e atua com contrabando de
componentes eletrônicos [os chamados "caça-níqueis"], sonegação de impostos, formação de quadrilha e corrupção", afirmou
o delegado Reinaldo de Almeida.
Para organizar a exploração de
caça-níqueis, Arcanjo teria "loteado" o Estado, segundo a polícia.
Na operação "Arca de Noé" foram usados cem agentes da PF, 22
promotores estaduais e quatro
procuradores federais. Foram expedidos oito mandados de prisão
e 18 de busca e apreensão.
Foram presos três coronéis reformados da PM (Frederico Lepesteur, Marcondes Ramalho e
Costa Neto) e Luiz Alberto Dondo
Gonçalvez, responsável pela contabilidade do grupo. Segundo a
PF, os coronéis cuidavam da entrada das máquinas caça-níqueis.
O piloto de Arcanjo, Fernando de
Matos Cardoso, e dois funcionários de uma fazenda, Orivaldo
Dias da Silva e Paulo Roberto
Brandão, também foram detidos.
O advogado de Arcanjo Ribeiro,
Henrique Vieira, disse que os negócios do seu cliente são lícitos:
"Ele não está na cidade, mas virá.
Ele está à disposição da Justiça".
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