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Descontraído, presidente diz que libaneses e brasileiros são "brimos"
DO ENVIADO ESPECIAL A BEIRUTE
Descontraído, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva fez ontem
uma brincadeira no final de seu
discurso para libaneses e brasileiros no Seminário Empresarial
Brasil-Líbano: "Os libaneses e os
brasileiros podem dizer uma frase
que vocês utilizam muito no Brasil: nós somos "brimos" de verdade". Foi aplaudido por todos os
presentes. Ao dizer "brimo", Lula
quis imitar o tradicional sotaque
de árabes que falam português no
Brasil, e se referem a parentes
muitas vezes de maneira genérica,
apenas como ""primos".
Na versão do discurso divulgada pelo Palácio do Planalto, a expressão de Lula aparece escrita
corretamente (""primos"). Assessores do presidente disseram que
esse tipo de correção tem sido a
praxe na transcrição das falas de
Lula. Nesse seminário, como no
realizado em Damasco, na Síria,
Lula enfrentou um problema para
ser plenamente compreendido.
Seu discurso só era oferecido no
sistema de tradução em inglês,
mas não em árabe. Alguns empresários não entenderam o que
disse o brasileiro.
Novo brinde
No final do seminário ele recebeu de presente dos organizadores um faqueiro. Lula fez um brinde com uma taça com água para
homenagear os dois países. Por
ser um país mais liberal do que a
Síria, o gesto no Líbano não chamou a atenção. Em Damasco, ele
pediu um brinde num jantar, mas
nem Lula nem os outros presentes fizeram menção de levantar os
copos -a tradição islâmica rejeita o álcool, associado a brindes.
No início da tarde, num outro
discurso na Assembléia Nacional,
havia tradução para o árabe, mas
diferente da que foi distribuída
impressa aos parlamentares.
Muitos riam ou ficavam irritados
-pelo menos dois deles jogaram
os papéis na mesa- ao tentar seguir a fala de Lula.
Havia erros também na tradução para o português do discurso
do presidente da Assembléia Nacional do Líbano, Nabih Berri.
Por exemplo, eis uma frase incompreensível: ""As lições e as expreções [sic] em couraça fusíl, e o
assunto no Iraque e a tentação de
marginar União das Nações Unidas em baixo os pretendioso desejo de consertar ela".
Na parte da manhã, o chanceler
Celso Amorim ganhou livro escrito em árabe com a biografia de
Lula, escrito por Roberto Khatlab.
Título: "De operário a presidente". No meio da tarde, outra curiosidade. Lula recebeu no Hotel
Metropolitan, onde está hospedado, integrantes da comunidade
brasileira no Líbano.
O convite para o evento trazia
impresso um selo comemorativo
de fantasia, com a imagem do que
seria o último governante brasileiro que visitou o país oficialmente e o governante local à época: d. Pedro 1º e o emir Fakmeiddine 2º. Ocorre que o imperador
que visitou o Líbano foi d. Pedro
2º, em 1876. Além disso, presidentes já visitaram o Líbano depois.
Lula foi recebido por uma jovem libanesa vestida de baiana.
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