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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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"Vintões" comandam operação da PF

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA (RR)

No comando da investigação do "escândalo dos gafanhotos" estão um procurador da República de 25 anos, um delegado de Polícia Federal de 28 e um promotor de Justiça de 26.
Os três lideram a força-tarefa que reúne integrantes da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos Estadual e Federal.
O cearense Rômulo Moreira Conrado, 25, é o mais novo do grupo. Aos 23 anos de idade ele já era procurador da República. Hoje, com a fama de "mão pesada", devido às duras ações que encaminha, conforme colegas de trabalho, é chefe do Ministério Público Federal de Roraima.
Franzino, tímido e de fala mansa, Conrado, que é filho de um comerciante com uma dona-de-casa, afirma que a pouca idade nunca foi obstáculo para suas responsabilidades. "É preciso somente dedicação ao trabalho", disse o procurador, que é casado há pouco mais de um ano e "fanático" por corridas de Fórmula 1:
"O nosso trabalho é em equipe. Dividimos responsabilidades e não há espaço para pressões".
O paulistano Julio César Baida Filho, 28, delegado da PF há um ano, tem de aliar o cuidado com a mulher grávida com a atenção à presidência de 40 inquéritos instaurados para apurar a fraude.
"O peso da nossa responsabilidade é grande, mas vejo que ações como essas fazem com que a população volte a ter fé na polícia, na Justiça", declarou, que levou o ex-governador Neudo Campos (PP) para uma cela da cadeia pública de Boa Vista.
Filho chegou a trabalhar em uma locadora de vídeos e em um banco privado. Ele afirma, porém, que ser delegado sempre foi seu grande sonho.
O terceiro pilar da força-tarefa é o brasiliense Alexandre Moreira Tavares dos Santos, 26, promotor de defesa do Patrimônio Público. Longe da família e da namorada, que continuam em Brasília, gasta parte do que ganha com as contas telefônicas, mas se diz realizado.
Quando questionado se tem algum temor estando à frente de uma investigação com tantos interesses, é enfático: "Se nós, promotores, procuradores e delegados tivermos receio de enfrentar o crime organizado, quem vai enfrentar?" (JM)


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