São Paulo, quarta-feira, 06 de dezembro de 2006

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Presidente diz ignorar problema; partido prepara nova declaração

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Questionado ontem sobre o parecer dos técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), contrário à aprovação das contas de sua campanha à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com irritação: "Eu não estou sabendo disso. Você [repórter] está me fazendo uma pergunta de uma coisa que eu não sei".
Notificado do parecer negativo dos técnicos do TSE, o PT mobilizou ontem uma equipe de advogados e contadores para tentar apresentar uma declaração retificadora das contas da campanha do presidente Lula. A principal preocupação é não comprometer o prazo de diplomação do presidente.
O tesoureiro da campanha petista, José de Filippi Jr., afirmou em nota que o TSE apresentou "divergências relacionadas às formalidades adotadas no lançamento de despesas e doações": "Todas as divergências apontadas serão prontamente sanadas nas próximas horas, em prestação de contas retificadora, possibilidade expressamente admitida na legislação eleitoral", disse Fillipi.
O advogado do partido, Márcio Silva, afirmou que, quanto aos repasses milionários feitos por empresas vinculadas a concessionárias de serviços públicos, o partido está amparado em ofícios emitidos pelas próprias empresas, nos quais elas negam possuir títulos públicos: "Vamos para uma discussão jurídica com o relator".
Ele disse que será redigido um novo termo (novação) de doação do PT à candidatura. Segundo ele, caso não fossem resolvidos problemas com as doações lançadas como "estimáveis em dinheiro", o PT poderá assumir uma dívida ainda maior que os R$ 9,9 milhões declarados -a expectativa é que seja de até R$ 10,2 milhões.
Os técnicos do TSE apontaram falhas na arrecadação, de R$ 10,9 milhões, e nas despesas, de R$ 10,2 milhões. Segundo o advogado petista, no primeiro caso, se trata de R$ 9,9 milhões que o PT injetou na campanha, e o restante são "estimáveis em dinheiro" e uma minoria de erros de lançamento dos dados. No caso das despesas, ele afirma que a ausência de recibos se deve à dívida deixada pela campanha com fornecedores.
"Na declaração retificadora, a transferência do PT ao candidato será lançada da maneira como o TSE entende que seja correta", disse o advogado petista. (SN)


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