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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Tucanos recorrem a pacote de sondagens de opinião, que começarão a ser feitas ainda neste mês, para decidir entre Serra e Alckmin
PSDB contrata pesquisa para definir candidato
JOSIAS DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A direção do PSDB decidiu contratar um pacote de pesquisas para definir o nome do candidato do
partido à Presidência da República. As primeiras sondagens de
opinião serão feitas ainda neste
mês. As últimas, até o final de fevereiro. Ao término do processo,
o tucanato optará entre o prefeito
paulistano José Serra e o governador Geraldo Alckmin (São Paulo).
Em reunião comandada pelo
presidente do partido, senador
Tasso Jereissati (CE), o PSDB estabeleceu a estratégia para a fase
pré-eleitoral. Além da realização
das pesquisas, decidiu-se iniciar a
elaboração do programa de governo do partido. Terá como ponto central um tópico que o tucanato identifica como uma debilidade da gestão Lula: uma política
de desenvolvimento para o país.
A reunião foi feita no escritório
de Tasso em Fortaleza. Participaram, além do anfitrião, três congressistas da direção nacional do
PSDB: Arthur Virgílio (AM), líder
do partido no Senado, Eduardo
Paes, secretário-geral, e Sérgio
Guerra (PE), do Diretório Nacional. Eis o que ficou decidido:
1) Candidatos: embora o grão-tucanato não admita publicamente, Aécio Neves, governador
de Minas, foi excluído do páreo. A
disputa interna restringe-se a Serra e Alckmin. Tasso disse durante
o encontro de Fortaleza que o
partido não pode ficar de braços
cruzados até março. Ainda que o
anúncio formal só seja feito no final do primeiro trimestre de 2006,
é preciso definir o nome do candidato antes disso. Se Serra for o escolhido, terá de preparar o desembarque da Prefeitura de São
Paulo. Algo que não pode ser improvisado. O prazo de desincompatibilização é 31 de março;
2) Pesquisas: convencida de que
as sondagens de opinião vão guiar
a decisão do partido, a direção do
PSDB optou por contratar um pacote próprio de pesquisas. Delegou-se a Eduardo Paes a tarefa de
fazer contato com dois profissionais do ramo: Örjan Olsen, do
Instituto Indicator de Pesquisa, e
Antonio Lavareda, do Instituto de
Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas. Em conversa com ambos, Paes encomendou orçamentos que serão entregues nos próximos dias. O PSDB quer realizar a
primeira pesquisa em janeiro;
3) Programa: foi um dos pontos
mais discutidos na reunião de
Fortaleza. Concluiu-se que, para
vencer o PT em 2006, não basta ao
PSDB centrar o debate de campanha nas fragilidades da administração Lula e nas denúncias de natureza ética. Será preciso, acreditam os tucanos, exibir alternativas
programáticas, dizer o que o
PSDB pretende fazer de diferente.
Estabeleceu-se um consenso entre os participantes do encontro: o
tema central é a economia;
4) Seminários: para "oxigenar"
a elaboração de seu programa de
campanha, o PSDB decidiu promover seminários em 15 capitais,
ainda indefinidas. A primeira rodada abordará três temas: reforma tributária, juros altos e educação. A idéia é atrair para o debate,
além de nomes conhecidos, especialistas de fora do eixo Rio-São
Paulo. Os primeiros encontros
devem ocorrer em fevereiro.
Tasso Jereissati comprometeu-se a procurar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, visto
no interior do PSDB como uma
espécie de "eleitor qualificado".
Sua palavra será decisiva na escolha entre Serra e Alckmin.
Josias de Souza escreve o blog "Josias
de Souza - Nos Bastidores do Poder"
no www.folha.com.br/blogs/josiasdesouza
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