São Paulo, sábado, 07 de janeiro de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Tucanos recorrem a pacote de sondagens de opinião, que começarão a ser feitas ainda neste mês, para decidir entre Serra e Alckmin

PSDB contrata pesquisa para definir candidato

JOSIAS DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A direção do PSDB decidiu contratar um pacote de pesquisas para definir o nome do candidato do partido à Presidência da República. As primeiras sondagens de opinião serão feitas ainda neste mês. As últimas, até o final de fevereiro. Ao término do processo, o tucanato optará entre o prefeito paulistano José Serra e o governador Geraldo Alckmin (São Paulo).
Em reunião comandada pelo presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), o PSDB estabeleceu a estratégia para a fase pré-eleitoral. Além da realização das pesquisas, decidiu-se iniciar a elaboração do programa de governo do partido. Terá como ponto central um tópico que o tucanato identifica como uma debilidade da gestão Lula: uma política de desenvolvimento para o país.
A reunião foi feita no escritório de Tasso em Fortaleza. Participaram, além do anfitrião, três congressistas da direção nacional do PSDB: Arthur Virgílio (AM), líder do partido no Senado, Eduardo Paes, secretário-geral, e Sérgio Guerra (PE), do Diretório Nacional. Eis o que ficou decidido:
1) Candidatos: embora o grão-tucanato não admita publicamente, Aécio Neves, governador de Minas, foi excluído do páreo. A disputa interna restringe-se a Serra e Alckmin. Tasso disse durante o encontro de Fortaleza que o partido não pode ficar de braços cruzados até março. Ainda que o anúncio formal só seja feito no final do primeiro trimestre de 2006, é preciso definir o nome do candidato antes disso. Se Serra for o escolhido, terá de preparar o desembarque da Prefeitura de São Paulo. Algo que não pode ser improvisado. O prazo de desincompatibilização é 31 de março;
2) Pesquisas: convencida de que as sondagens de opinião vão guiar a decisão do partido, a direção do PSDB optou por contratar um pacote próprio de pesquisas. Delegou-se a Eduardo Paes a tarefa de fazer contato com dois profissionais do ramo: Örjan Olsen, do Instituto Indicator de Pesquisa, e Antonio Lavareda, do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas. Em conversa com ambos, Paes encomendou orçamentos que serão entregues nos próximos dias. O PSDB quer realizar a primeira pesquisa em janeiro;
3) Programa: foi um dos pontos mais discutidos na reunião de Fortaleza. Concluiu-se que, para vencer o PT em 2006, não basta ao PSDB centrar o debate de campanha nas fragilidades da administração Lula e nas denúncias de natureza ética. Será preciso, acreditam os tucanos, exibir alternativas programáticas, dizer o que o PSDB pretende fazer de diferente. Estabeleceu-se um consenso entre os participantes do encontro: o tema central é a economia;
4) Seminários: para "oxigenar" a elaboração de seu programa de campanha, o PSDB decidiu promover seminários em 15 capitais, ainda indefinidas. A primeira rodada abordará três temas: reforma tributária, juros altos e educação. A idéia é atrair para o debate, além de nomes conhecidos, especialistas de fora do eixo Rio-São Paulo. Os primeiros encontros devem ocorrer em fevereiro.
Tasso Jereissati comprometeu-se a procurar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, visto no interior do PSDB como uma espécie de "eleitor qualificado". Sua palavra será decisiva na escolha entre Serra e Alckmin.


Josias de Souza escreve o blog "Josias de Souza - Nos Bastidores do Poder" no www.folha.com.br/blogs/josiasdesouza


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