São Paulo, quinta, 7 de janeiro de 1999

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FINANÇAS
Federalizado, Banespa deve ser vendido em maio, segundo o Banco Central
Calabi assume e nega privatização do BB

da Sucursal de Brasília

O novo presidente do Banco do Brasil, Andrea Calabi, disse ontem, após sua posse, que o governo Fernando Henrique Cardoso não privatizará a instituição.
Segundo ele, o BB tem ainda uma função prioritária para o governo pois o sistema financeiro não amadureceu para administrar certas áreas, como o crédito rural, por exemplo. "A privatização do banco transcende algumas gestões." Ele disse que nenhum integrante da equipe econômica mencionou a intenção de privatizar o BB. "Essa questão não foi colocada."
Calabi, que no primeiro governo de FHC foi secretário-executivo do Ministério do Planejamento (gestão José Serra), disse que a sua prioridade será o fortalecimento do banco na área comercial.
O BB administra hoje R$ 130 bilhões em ativos (bens e créditos) e R$ 60 bilhões em depósitos. A inadimplência dos créditos que foram autorizados a partir de 1995 está entre 1% e 1,6%, segundo o banco. Para os financiamentos antigos, a falta de pagamento é bem maior -está acima de 10%.
O novo presidente disse que manterá a mesma equipe nomeada pelo ex-presidente Paulo César Ximenes. "Eventuais mudanças ocorrerão ao longo do tempo."
O diretor de Crédito, Edson Ferreira, disse que o compromisso é reforçar a cobrança. As dívidas até R$ 50 mil estão sendo terceirizadas e o banco está tentando renegociar os débitos dos produtores rurais acima de R$ 200 mil.
A distribuidora de títulos e valores do BB, a DTVM, que deveria ter sido vendida em 98, será oferecida para a iniciativa privada quando as condições do mercado forem mais favoráveis, disse Calabi. A DTVM administra R$ 30 bilhões em títulos e detém 18% do mercado.
² Banespa
Federalizado desde dezembro de 1997, o Banespa (Banco do Estado de São Paulo) deve ser privatizado em maio próximo. A previsão foi feita ontem por Paolo Zaghen, diretor para assuntos de bancos estaduais do Banco Central.
Zaghen disse que o processo de venda do banco ao setor privado ficará pronto em abril, quando o edital do leilão será divulgado.
O preço mínimo de venda não foi definido pois o Banco Fator não concluiu sua avaliação sobre o valor do Banespa. A privatização foi acertada com a renegociação das dívidas do Estado (R$ 46,5 bilhões) por 30 anos.
A privatização do Banespa faz parte de um programa federal adotado para reduzir a presença do setor público na área financeira. Já foram privatizados os bancos estaduais do Rio (Banerj) e de Minas (Bemge e Credireal).



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