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INQUÉRITO
Delegado responsável pelo caso não está mais no Rio desde o dia 23 de dezembro
PF pára investigação sobre grampo
MÁRIO MAGALHÃES
da Sucursal do Rio
A Polícia Federal interrompeu há 15 dias
no Rio as investigações sobre a
autoria da escuta telefônica ilegal no BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A PF anunciara o inquérito sobre
o grampo como prioridade, ao lado da apuração sobre o dossiê Caribe, os papéis de autenticidade
não-comprovada que indicam a
existência de contas de políticos do
PSDB em paraísos fiscais.
Desde o dia 23 de dezembro, pelo
menos, o delegado Rubens Grandini, presidente do inquérito sobre
o grampo, deixou o Rio, onde conduzia a investigação sobre a escuta
que derrubou o ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) e o presidente do BNDES,
André Lara Resende.
Desde então, a apuração foi interrompida. A sede do banco, onde
foi feita a escuta, fica no Rio.
Grandini viajou a Brasília, onde
apresentou o resultado preliminar
da sua apuração ao diretor-geral
da PF, Vicente Chelotti.
Depois, Grandini foi para Campo Grande (MS), onde mora, passar o Natal com a família. Logo
após o Natal, ele voltou a dar plantão na sede da PF no Estado, cuidando de assuntos locais.
Ontem, o delegado trabalhou
normalmente em Campo Grande.
Ele tem evitado entrevistas.
A assessoria de comunicação da
PF em Brasília informou que a demora na devolução do inquérito
pela Justiça, para o período de
prorrogação de 60 dias, está adiando a retomada das investigações.
O procurador da República Artur Gueiros afirmou que a Justiça
devolveu o inquérito à PF no dia 18
de dezembro -o pedido de novo
prazo foi feito antecipadamente.
O prazo legal de 30 dias para a
conclusão do inquérito se encerrou dia 24. A pedido da PF e do Ministério Público Federal, foi prorrogado por 60 dias.
Para Gueiros, a demora na volta
de Grandini ao Rio só será preocupante caso se estenda ainda mais.
"Para nós, o importante é a manutenção do delegado Grandini,
com a linha que ele está seguindo
no inquérito." A PF anunciou que
Rubens Grandini continuará à
frente da investigação.
A sala onde o delegado trabalhava no Rio está fechada. Nem os policiais da Delegacia de Combate ao
Crime Organizado e Inquéritos Especiais, a seção responsável pelo
caso do grampo, entram lá.
Grandini foi enviado ao Rio por
Chelotti por ser considerado, além
de um dos melhores quadros da
PF, isento a pressões locais contra
a apuração.
Alguns dos suspeitos são agentes
e ex-agentes de órgãos de informação e inteligência da União, com
bom relacionamento com policiais
federais do Rio.
Na cidade, Grandini quase só fala
de orelhões, temendo ser grampeado dentro da própria Polícia
Federal. Por problemas no pagamento de diárias, dorme na sede
da PF, e não em hotel.
A Folha apurou que, até agora,
ainda não há provas para indiciamentos, mas o delegado acredita
que vai obtê-las.
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