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CRISE NA ALIANÇA
Petistas acusaram liberais de traição em votação na Assembléia
PL capixaba vai à Justiça contra PT
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
O PL do Espírito Santo protocolou uma interpelação judicial e
um pedido de indenização por
danos morais contra a direção estadual do PT, devido às acusações
de traição na eleição para a presidência da Assembléia Legislativa.
A crise provocou o rompimento
entre os dois partidos no Estado.
"Queremos que eles apontem
na Justiça quem são os traidores.
Se a votação foi secreta, então eles
tiveram acesso aos votos para saber quem traiu", afirmou o presidente regional do PL, senador
Magno Malta.
O presidente nacional do PL,
Valdemar Costa Neto, disse, por
meio de sua assessoria de imprensa, que pediu um relatório sobre o
caso à Executiva estadual e só depois se pronunciará. Mas adiantou que a crise não afeta a aliança
nacional entre PT e PL -partido
do vice-presidente José Alencar.
O presidente do PT, José Genoino, também dissera anteontem
que a crise era apenas regional.
A eleição na Assembléia foi vencida por Geovani Silva (PTB) com
o apoio do grupo ligado ao ex-presidente da Casa José Carlos
Gratz (PFL). O candidato derrotado Claudio Vereza (PT) contava
com 17 votos, incluindo PL e PPB,
aliados de última hora. Mas teve
11. Os seis votos de diferença correspondem ao número de parlamentares do PL (2) e do PPB (4).
No dia seguinte à votação, o deputado federal Nilton Baiano,
presidente regional do PPB, expulsou os parlamentares Fátima
Couzi e Gilson Amaro do partido.
O deputado Heraldo Musso, eleito segundo-secretário na chapa
de Geovani Silva, pediu desligamento antes de ser expulso.
O presidente do PT no Estado,
João Coser, disse que não tem explicações a dar. "Nós não temos
que provar nada. Os votos por si
só provam", afirmou.
O TJ deve julgar hoje o pedido
de anulação da eleição da mesa
diretora da Assembléia. Cinco deputados que foram afastados pela
Justiça participaram da votação.
Polícia
O chefe da segurança da Assembléia Legislativa, coronel Élvio
Rebouças, foi preso ontem à noite
e levado à sede da Polícia Civil.
A Polícia havia cercado o prédio
da Assembléia, no início da noite
de ontem, para cumprir mandado de prisão preventiva contra
seis seguranças da Casa.
Eles são acusados de obstrução
do trabalho da Justiça, desacato à
autoridade e lesão corporal contra uma oficial de Justiça e dois
procuradores do Ministério Público do Estado durante a eleição
para a presidência da Assembléia
Legislativa.
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