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São Paulo, sexta-feira, 07 de fevereiro de 2003

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CRISE NA ALIANÇA

Petistas acusaram liberais de traição em votação na Assembléia

PL capixaba vai à Justiça contra PT

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA

O PL do Espírito Santo protocolou uma interpelação judicial e um pedido de indenização por danos morais contra a direção estadual do PT, devido às acusações de traição na eleição para a presidência da Assembléia Legislativa. A crise provocou o rompimento entre os dois partidos no Estado.
"Queremos que eles apontem na Justiça quem são os traidores. Se a votação foi secreta, então eles tiveram acesso aos votos para saber quem traiu", afirmou o presidente regional do PL, senador Magno Malta.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que pediu um relatório sobre o caso à Executiva estadual e só depois se pronunciará. Mas adiantou que a crise não afeta a aliança nacional entre PT e PL -partido do vice-presidente José Alencar.
O presidente do PT, José Genoino, também dissera anteontem que a crise era apenas regional.
A eleição na Assembléia foi vencida por Geovani Silva (PTB) com o apoio do grupo ligado ao ex-presidente da Casa José Carlos Gratz (PFL). O candidato derrotado Claudio Vereza (PT) contava com 17 votos, incluindo PL e PPB, aliados de última hora. Mas teve 11. Os seis votos de diferença correspondem ao número de parlamentares do PL (2) e do PPB (4).
No dia seguinte à votação, o deputado federal Nilton Baiano, presidente regional do PPB, expulsou os parlamentares Fátima Couzi e Gilson Amaro do partido. O deputado Heraldo Musso, eleito segundo-secretário na chapa de Geovani Silva, pediu desligamento antes de ser expulso.
O presidente do PT no Estado, João Coser, disse que não tem explicações a dar. "Nós não temos que provar nada. Os votos por si só provam", afirmou.
O TJ deve julgar hoje o pedido de anulação da eleição da mesa diretora da Assembléia. Cinco deputados que foram afastados pela Justiça participaram da votação.

Polícia
O chefe da segurança da Assembléia Legislativa, coronel Élvio Rebouças, foi preso ontem à noite e levado à sede da Polícia Civil.
A Polícia havia cercado o prédio da Assembléia, no início da noite de ontem, para cumprir mandado de prisão preventiva contra seis seguranças da Casa.
Eles são acusados de obstrução do trabalho da Justiça, desacato à autoridade e lesão corporal contra uma oficial de Justiça e dois procuradores do Ministério Público do Estado durante a eleição para a presidência da Assembléia Legislativa.


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