São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Mantra presidencial
Frase que Lula tem repetido a seus ministros: não há possibilidade de mudança na política econômica que contrarie o ministro Antonio Palocci. Se alguém quiser disputar recursos, deve lutar dentro do governo, não por meio da imprensa.

Relação tensa
O relacionamento entre José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) anda "tenso e frio", na definição de um amigo comum. Os dois "superministros" abandonaram a boa relação que cultivaram na campanha presidencial e se falam apenas protocolarmente.

Alteração de rumo
Orestes Quércia tirou das inserções do PMDB na TV parte de sua afirmação de que o partido teria "candidatos em todo o Estado, inclusive na capital". Com o acordo para apoiar Marta Suplicy na disputa pela Prefeitura de SP, mandou editar o último trecho da sua frase.

Pressão capixaba
Mesmo hospitalizado, o governador Paulo Hartung (PSB-ES) procurou Lula para condenar a decisão do Cade que impede a compra da Garoto pela Nestlé. Alega perdas ao Estado, onde está a fábrica da Garoto. Pediu a reformulação do Cade.

Politicamente modificado
Aldo Rebelo (Coordenação Política) nega ter ficado descontente com o projeto de biossegurança aprovado pela Câmara: "Como posição de governo, acho que o Congresso é soberano. Quanto ao conteúdo, estou satisfeito com o aprovado".

Transparência turva
João Paulo Cunha (PT) é pressionado por deputados a retirar a prestação de contas das despesas parlamentares da internet. Recebeu o pedido de mais de 50 deputados. Diz que manterá as informações no ar, mas ainda se recusa a tornar públicas as notas fiscais dos gastos.

Tesoura na Saúde
O ministro Humberto Costa foi uma das maiores vítimas da tesoura de Palocci (Fazenda). O Ministério da Saúde perdeu pelo menos R$ 1 bilhão no corte do Orçamento anunciado ontem. O valor contingenciado pode ser reposto até o final do ano.

PM na berlinda
A CPI da exploração sexual do Congresso Nacional vai investigar o comando da PM de Santa Catarina, após blitz ter revelado a participação de policiais em festa num prostíbulo de Joinville. Paulo Caminha, comandante-geral da PM, foi afastado.

Farra fardada
Acompanhado de policiais, o coronel Paulo Caminha estava no prostíbulo quando promotores chegaram para apurar denúncia de exploração sexual de adolescentes. "Precisamos saber qual o grau de envolvimento da corporação", diz Maria do Rosário (PT-RS), relatora da CPI.

Diploma por diploma
O petista Vicentinho está mais inclinado a colocar como vice de sua chapa à Prefeitura de São Bernardo o vice-reitor da Uniban, Milton Linhares (PTB). O peemedebista Tonico Vieira corre por fora. O deputado fez direito na Uniban e estrelou comercial da universidade na TV.

Contatos limitados
Marly Sarney faz a triagem das visitas e de telefonemas na convalescença do presidente do Senado, José Sarney, 73, que tirou pedras dos rins dias atrás.

Mais um round
Maurício Corrêa (STF) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça) devem ir na semana que vem ao Senado falar sobre a reforma do Judiciário. Na visita anterior, o Senado atropelou Corrêa e chamou Nelson Jobim, que assume em maio a presidência do STF.

Reforma na educação
Tarso Genro foi convidado a explicar na Comissão de Educação da Câmara seus planos para a reforma universitária.

TIROTEIO

Do deputado Walter Feldmann (PSDB-SP), sobre Marta Suplicy ter isentado de IPTU as vítimas da enchente:
-Pode até ser demagogia em ano eleitoral, mas é o mínimo que ela poderia fazer para reparar a omissão da prefeitura.

CONTRAPONTO

Radicalmente governista

O projeto de biossegurança, que estipula regras de pesquisa e comercialização de transgênicos, foi aprovado na madrugada de quarta-feira após longas discussões na Câmara, inclusive dentro da bancada petista.
O texto enviado pelo Executivo agradava aos setores mais à esquerda do partido, que se opõem aos transgênicos. Mas a proposta foi modificada pelo relator Aldo Rebelo (PC do B-SP), descontentando os radicais.
João Alfredo (PT-CE), um dos que mais atacaram Lula na época das reformas, foi um defensor radical do projeto, ao lado de Ivan Valente (SP):
-Temos de votar o texto original do governo, que é bom! Paulo Pimenta (RS), da tropa de choque governista, ouviu tudo calado e, no final, caçoou:
-Passei 2003 ouvindo Ivan e João batendo no governo. Esses elogios agora são também estendidos à política econômica?


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