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Congresso não será cobaia, diz Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, falando ontem diante de
diretores norte-americanos do setor automobilístico, fez elogios ao
Congresso e afirmou que não irá
utilizá-lo como "cobaia" em eventuais falhas de seu governo.
Ao citar dois projetos que serão
analisados neste ano no Congresso Nacional, Lula afirmou: "Agora temos o PPA [Plano Plurianual] e temos o PPP, que é uma
Parceria Público-Privada, que vai
ser votada nesses dias pelo Congresso, que muitos governantes,
durante muito tempo, faziam
questão de utilizar como cobaia
para justificar o fracasso das suas
políticas econômicas ao ver que o
Congresso não funcionava".
Em seguida, durante discurso
improvisado na sala de audiência
do Palácio do Planalto, o presidente declarou que o Congresso
votará tudo aquilo que foi previsto pela convocação extraordinária, que começou no dia 19 de janeiro e vai até o próximo dia 13.
Polêmica
Ao custo de cerca de R$ 50 milhões -dois extras, mais o salário
mensal para cada parlamentar-,
a convocação extraordinária do
Congresso gerou polêmica.
Alguns congressistas, inclusive
o presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), questionaram a necessidade de o Legislativo trabalhar durante o período de
recesso. O objetivo do governo
era acelerar a discussão de alguns
projetos considerados prioritários, como a chamada "PEC paralela", que altera pontos específicos da reforma previdenciária.
"O Congresso vai votar tudo
aquilo que foi previsto pela convocação extraordinária (...) No
Brasil, vende-se até que o Congresso atrapalha. O Congresso é a
demonstração mais viva da cara
política do nosso país. Ou seja, ali
tem de tudo como tem de tudo
em qualquer lugar do país."
Segundo Lula, quando a pauta é
"séria", o Congresso trabalha com
"seriedade" e passa por cima de
interesses "menores".
"E nós estamos provando que
quando as pessoas [parlamentares] estabelecem uma relação de
seriedade, as pessoas passam por
cima de partido e passam por cima de interesses menores (...) Nós
estamos mostrando que o Congresso Nacional, quando se trata
de assunto sério, trabalha com seriedade", afirmou o presidente.
(EDS)
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