São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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Congresso não será cobaia, diz Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, falando ontem diante de diretores norte-americanos do setor automobilístico, fez elogios ao Congresso e afirmou que não irá utilizá-lo como "cobaia" em eventuais falhas de seu governo.
Ao citar dois projetos que serão analisados neste ano no Congresso Nacional, Lula afirmou: "Agora temos o PPA [Plano Plurianual] e temos o PPP, que é uma Parceria Público-Privada, que vai ser votada nesses dias pelo Congresso, que muitos governantes, durante muito tempo, faziam questão de utilizar como cobaia para justificar o fracasso das suas políticas econômicas ao ver que o Congresso não funcionava".
Em seguida, durante discurso improvisado na sala de audiência do Palácio do Planalto, o presidente declarou que o Congresso votará tudo aquilo que foi previsto pela convocação extraordinária, que começou no dia 19 de janeiro e vai até o próximo dia 13.

Polêmica
Ao custo de cerca de R$ 50 milhões -dois extras, mais o salário mensal para cada parlamentar-, a convocação extraordinária do Congresso gerou polêmica.
Alguns congressistas, inclusive o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), questionaram a necessidade de o Legislativo trabalhar durante o período de recesso. O objetivo do governo era acelerar a discussão de alguns projetos considerados prioritários, como a chamada "PEC paralela", que altera pontos específicos da reforma previdenciária.
"O Congresso vai votar tudo aquilo que foi previsto pela convocação extraordinária (...) No Brasil, vende-se até que o Congresso atrapalha. O Congresso é a demonstração mais viva da cara política do nosso país. Ou seja, ali tem de tudo como tem de tudo em qualquer lugar do país."
Segundo Lula, quando a pauta é "séria", o Congresso trabalha com "seriedade" e passa por cima de interesses "menores".
"E nós estamos provando que quando as pessoas [parlamentares] estabelecem uma relação de seriedade, as pessoas passam por cima de partido e passam por cima de interesses menores (...) Nós estamos mostrando que o Congresso Nacional, quando se trata de assunto sério, trabalha com seriedade", afirmou o presidente. (EDS)


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