São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Prefeita não cumpriu lei que alterou Previdência

Governo impediu corte de quase R$ 300 mi nas verbas de Marta

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A Prefeitura de São Paulo, da petista Marta Suplicy, teve uma ajuda de última hora do governo Lula para se enquadrar nos limites legais para gastos com a Previdência municipal. Com isso, evitou a possibilidade de sofrer um corte de quase R$ 300 milhões de seu Orçamento num ano eleitoral.
Portaria do Ministério da Previdência baixada em 23 de dezembro último pelo petista Ricardo Berzoini, ex-titular da pasta e hoje no Trabalho, prorrogou em mais de seis meses o prazo dos municípios para cumprir metas de gasto com servidores ativos e inativos.
Diferentemente dos governos federal e estadual, que enfrentaram desgaste ao propor mudanças na seguridade do funcionalismo, a prefeita, candidata à reeleição, não apresentou projeto de lei alterando a Previdência da cidade, como determina a lei 9.717/98.
A data limite para que o município se enquadrasse na legislação era 31 de dezembro último e havia sido fixada por uma medida provisória em 2001. Sem ter feito a reforma, São Paulo infringiria não só a lei 9.717/98, mas também o contrato de renegociação de sua dívida com o governo, de 2000.
Entre as penas para o não enquadramento, estão a proibição de contrair empréstimos de órgãos ligados ao governo federal e o aumento de 13% para 15% do comprometimento da receita corrente líquida municipal com o pagamento da dívida com a União, o que poderia gerar um corte extra de quase R$ 300 milhões no ano.
A fiscalização do cumprimento das metas previdenciárias e as eventuais penas são responsabilidade do Ministério da Fazenda, do petista Antonio Palocci Filho.
Reformar a Previdência municipal será desgastante porque o percentual de contribuição dos servidores, hoje de 5%, terá de ser de 11%. "O governo está dando tratamento especial à prefeita em ano eleitoral. Ela não fez o dever de casa", diz o vereador da oposição Ricardo Montoro (PSDB).


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