São Paulo, segunda-feira, 07 de fevereiro de 2005

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PAINEL

Luz amarela 1
Um número no resultado da Previdência em 2004 chamou a atenção do Planalto: desde 2000, o gasto com auxílio-doença passou de R$ 2 bi para R$ 9 bi anuais. Saltou de 3,1% para 7,5% do total de benefícios pagos.

Luz amarela 2
A concessão de auxílio-doença aumentou 31,8% apenas no ano passado. O número mereceu menção especial em relatório do Tesouro e deverá motivar uma investigação interministerial para detectar possíveis fraudes.

Arte da paciência
De um partidário da candidatura de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à presidência da Câmara, sobre o tratamento a ser dispensado ao dissidente Virgílio Guimarães (PT-MG): "Receita de carne-de-sol de Teófilo Otoni: passar leite e sal e deixar secar na sombra".

Roteiro do dendê
Em Salvador, Virgílio foi levado por quatro deputados a jantar na casa de Félix Mendonça, o mais antigo dos carlistas.

Afinidades eletivas
No PMDB, foi batizada de "Conexão Alagoas" a harmoniosa parceria entre o senador Renan Calheiros, prestes a se sentar na presidência do Senado, e seu conterrâneo Aldo Rebelo (PC do B), ministro da Coordenação Política.

Janela de oportunidade
Como José Dirceu não engole nem Renan nem Aldo, os oposicionistas do PMDB viram melhorar seu diálogo com o chefe da Casa Civil. Na semana passada, ele trocou telefonema com Saraiva Felipe (MG), nome do grupo para desbancar José Borba (PR) da liderança na Câmara.

On the road
Em milhagem, nenhum ministro se compara a Gilberto Gil. Depois do Carnaval em Salvador, o titular da Cultura emenda um roteiro que inclui Cuba, Haiti e quatro escalas nos EUA.

Pé no freio
O relatório econômico apresentado na semana passada por Geraldo Alckmin indica que o investimento paulista em segurança, depois de ter saltado de R$ 156 mi em 2003 para R$ 371 mi no ano eleitoral, deverá ser de R$ 281 mi em 2005, o que representa um recuo de 24%.

Veja bem
Segundo Geraldo Alckmin, a diferença ocorre porque o Estado empenhou no ano passado gastos com presídios que ficarão prontos apenas neste ano. "A área da segurança continua prioritária em nossa administração", afirma o tucano.

Lição de casa
Se quiser mesmo bagunçar o coreto de Geraldo Alckmin na eleição da Mesa da Assembléia Legislativa, como fez com José Serra na Câmara paulistana, o PT terá primeiro de arrumar a própria casa. No momento, a bancada estadual se consome em disputas internas.

Jogo embolado
Três grupos se lançaram na briga pelo comando da bancada estadual petista, ameaçando a indicação de Fausto Figueira, o preferido do Planalto. Deputados mais próximos da ex-prefeita Marta Suplicy, como Ênio Tatto, e de alas à esquerda do partido cobiçam o posto.

Vai e volta
O petista Marcelo Cândido, prefeito de Suzano (SP), prepara o troco para os tucanos que jogam pedra na gestão Marta. Promete divulgar nesta quarta lista de denúncias contra seu antecessor, Estevam Galvão de Oliveira (PFL), recém-indicado subprefeito de Guaianases.

Setor estratégico
A bancada petista na Câmara paulistana reivindica o controle da Comissão de Transportes, convencida de que um dos grandes embates entre a atual gestão tucana e a herança de Marta Suplicy acontecerá nessa área. O PSDB quer empurrar-lhes a Comissão de Política Urbana.

TIROTEIO

Do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), sobre Lula, que comparou seu governo a um time que se prepara para o segundo tempo do futebol:
-Este governo só joga para trás ou para o lado, e o presidente é campeão em gol contra.

CONTRAPONTO

Sem pressa nenhuma

Em campanha pela presidência da Câmara, o petista Virgílio Guimarães (MG) visitou Campo Grande, onde teve reunião com a bancada do Estado. Ao encontro, realizado na casa de Waldemir Moka (PMDB), compareceram seis deputados de Mato Grosso do Sul, três deles do PT -que, no entanto, não declararam apoio ao dissidente.
O início do evento foi adiado para esperar João Grandão (PT), que vinha do interior.
Mas a demora foi tanta que, a dada altura, os presentes começaram a fazer seus discursos.
O último a tomar a palavra foi Virgílio Guimarães. Quando o mineiro já falava por quase meia hora sobre as razões de sua candidatura, decidida à revelia da cúpula petista, João Grandão entrou na sala. Ao que o anfitrião, Moka, disparou:
-João, quando o emissário da morte vier me buscar, espero sinceramente que seja você!

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