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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CPI DOS CORREIOS
Serraglio afirma que "lista de Furnas", supostamente elaborada pelo ex-diretor da estatal, é tema de investigação para outra CPI
Relator diz não ver razão para convocar Dimas
FERNANDA KRAKOVICS
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da CPI dos Correios,
deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR), disse ontem não ver
motivos para convocar o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo para
depor na comissão e, no curto
prazo, o mesmo valeria para o publicitário Duda Mendonça.
Na última quinta-feira, governo
e oposição fizeram um acordo e
adiaram a votação dos requerimentos de convocação de ambos
para esta semana. Dimas está sendo acusado de ter operado suposto caixa dois nas eleições de 2002
que teria beneficiado candidatos
sobretudo do PSDB e do PFL.
"Isso não é assunto nosso, deveria ser investigado por uma CPI
específica. Deviam colher assinaturas para montar uma CPI sobre
esse assunto", disse Serraglio.
A Polícia Federal investiga a autenticidade de uma lista com os
nomes de 156 políticos de 12 partidos que teriam recebido dinheiro
de caixa dois em 2002. O documento, que é uma cópia, tem a assinatura do ex-diretor de Furnas.
Conhecida como a "lista de Furnas", o documento está cheio de
erros factuais, tem inconsistências técnicas (mesmo para uma
fotocópia) e só poderá algum dia
ter sua veracidade avaliada se o
original aparecer.
Em depoimento à PF, na semana passada, o deputado cassado
Roberto Jefferson (PTB-RJ) confirmou ter recebido R$ 75 mil de
Dimas, que nega as acusações.
Autenticidade
Tucanos e pefelistas têm chamado a lista de "novo dossiê Cayman", em referência a documentos sobre uma conta bancária de
tucanos no exterior, que investigação demonstrou ser falso.
"Está me cheirando a dossiê
Cayman com deputado petista no
meio. Isso aqui vai acabar dando
comissão de ética e cassação de
mandato", afirmou o líder do
PSDB no Senado, Arthur Virgílio
(AM), insinuando que deputados
do PT estariam por trás da montagem e divulgação da lista.
Ele cobrou ontem uma declaração pública do ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça). "Estou
estranhando o silêncio do ministro Márcio Thomaz Bastos. Ele
não vai fazer da PF uma polícia
política. Estou esperando um pronunciamento do ministro."
Segundo o senador, Thomaz
Bastos se encontrou com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), na semana passada, e
teria afirmado que, na sua opinião, a lista era falsa. Os tucanos
querem que o ministro diga isso
publicamente ou autorize alguém
da PF a fazê-lo.
"Isso está sendo investigado pela PF, do modo mais impessoal
possível, não condenando antecipadamente nem absolvendo. A
PF não persegue nem protege
ninguém", disse Thomaz Bastos
ontem, ressalvando não conhecer
detalhes do inquérito. "Posso dizer que está sendo investigado, a
PF ouviu um ex-deputado. Se é
falsa ou não, não sei", disse ele.
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