São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007

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Arcebispo diz ter recebido apoio a críticas à Universal

Segundo dom Aldo, bispos elogiaram sua nota

CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA

Após criticar publicamente a Igreja Universal do Reino de Deus, o arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Aldo di Cillo Pagotto, disse ontem em uma reunião do Conselho Permanente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em Brasília, que sua atitude foi elogiada por outros bispos presentes ao encontro.
A inauguração de um novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus em João Pessoa (PB) com capacidade para 5.100 pessoas, no domingo, levou dom Aldo a redigir uma nota atribuindo a "proliferação desse e de outros grupos congêneres" às "promessas propaladas por seus líderes, induzindo o povo de boa fé a alcançar a prosperidade material em formas imediatistas".
Segundo a Igreja Universal do Reino de Deus na Paraíba, o maior templo da igreja no Brasil fica no Rio de Janeiro, com capacidade para 12 mil fiéis. A Arquidiocese da Paraíba não soube informar qual era a maior igreja do Estado. A Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, considerada a mais representativa do Estado, tem 300 lugares.
Dom Aldo voltou a dizer que sua crítica foi uma decisão individual, mas que está relacionada com a visita do papa Bento 16 ao Brasil, em maio.
"O crescimento de grupos religiosos é uma das temáticas da Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe [cuja 5ª edição começa em 13 de maio, em Aparecida, com a presença do papa] e, inclusive, o papa Bento 16 já se pronunciou formalmente sobre o avanço dessas seitas."
Segundo o arcebispo, a repercussão de sua nota na reunião da CNBB foi "excelente". "Nos corredores, os bispos vieram me parabenizar pela minha posição e atitude corajosa", disse.
"Dom Geraldo Majella Agnelo [presidente da CNBB] pediu-me uma cópia da nota." A Folha não conseguiu localizar dom Geraldo. A CNBB disse que não irá se pronunciar.
As críticas também tiveram repercussão fora da reunião da CNBB. "Telefonei para dom Aldo para parabenizá-lo. Precisamos alertar o povo para abrir os olhos. O povo deve pedir provas e não se iludir com qualquer igreja", disse dom Antônio de Sousa, bispo emérito da diocese de Assis (SP).


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