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DATAFOLHA
Pesquisa nacional mostra que 36% avaliam o governo do presidente como ruim/péssimo, contra 21% de ótimo/bom
Pela 1ª vez, rejeição a FHC supera aprovação
da Reportagem Local
Pela primeira
vez a rejeição
nacional ao presidente Fernando Henrique
Cardoso superou a sua aprovação: 36%
acham seu desempenho ruim oupéssimo, apenas 21% o consideram bom ou ótimo, e 39% dizem
que ele é regular.
É o que revela a primeira pesquisa nacional Datafolha feita após a
posse de FHC para o seu segundo
mandato. O levantamento foi feito
em 94 municípios de todas as 27
unidades da Federação.
Foram entrevistadas 2.076 pessoas com 16 anos ou mais de idade,
entre quarta-feira e quinta-feira da
semana passada.
A margem de erro da pesquisa é
de dois pontos percentuais, para
mais ou para menos.
O resultado é semelhante ao apurado pelo Datafolha na semana anterior apenas na cidade de São
Paulo. Naquela pesquisa, feita no
dia 28 de janeiro, a reprovação ao
governo FHC chegou a 38%, contra 22% de aprovação.
Na avaliação nacional, a pesquisa
mostra que a popularidade de Fernando Henrique chegou ao seu
ponto mais baixo desde que ele assumiu a Presidência pela primeira
vez, em janeiro de 1995. Antes, sua
pior avaliação ocorrera em junho
de 1996: 25% de rejeição contra
30% de aprovação.
A série histórica mostra que a popularidade de FHC está em queda
desde 2 de setembro do ano passado, quando ele desfrutava de 46%
de opiniões favoráveis. Em 25 daquele mês sua aprovação já caíra
para 42%, chegando a 35% em dezembro.
A maior queda, porém, ocorreu
este ano. Os 21% atuais (metade da
aprovação do final de setembro)
são reflexo da crise econômica deflagrada pela desvalorização do
real.
Entre os que tomaram conhecimento da alta do dólar, o apoio ao
presidente chega a apenas 19%,
contra 29% entre aqueles que não
sabem que o real foi desvalorizado.
Os que tomaram conhecimento
da desvalorização chegam a 75%
da população com 16 anos ou mais
de idade. Os mais bem informados
são as pessoas com nível superior
(100% de conhecimento), os de
renda mais alta (93%), os homens
(80%) e os eleitores de Ciro Gomes
(87%).
A queda da popularidade de Fernando Henrique ocorreu em todos
os segmentos sociais, regiões e faixas etárias.
Sua pior avaliação, entretanto,
ocorre entre as pessoas com 41
anos ou mais (18% de aprovação e
39% de rejeição), entre os mais pobres (21% de aprovação), nas regiões metropolitanas (18% de bom
e ótimo) e no Sudeste (19% de
aprovação).
Os menos escolarizados, que sustentavam a popularidade do presidente até dezembro, foram os
principais responsáveis pela queda
da avaliação do presidente.
Até antes da crise do real, 38%
desses brasileiros consideravam o
governo de FHC ótimo ou bom. Na
semana passada esse percentual já
havia caído para 22%, enquanto o
de ruim e péssimo subiu de 25%
para 37%.
A nota média dada a FHC ficou,
pela primeira vez, no vermelho:
4,7, contra os 5,6 obtidos em dezembro. Os que dão nota zero para
o governo chegam a 18%, enquanto só 7% dão nota 10.
Mesmo entre os que dizem ter
votado no presidente na eleição de
outubro passado o percentual dos
que consideram seu governo ruim
ou péssimo chega a 23%.
Embora alto, o percentual ainda
é muito inferior ao encontrado entre os eleitores de Ciro Gomes
(43%) e Luiz Inácio Lula da Silva
(60%).
Para 36% dos entrevistados o desempenho do governo no combate
à crise econômica está sendo ruim
ou péssimo, enquanto apenas 20%
o consideram bom ou ótimo. Outros 41% avaliam que ele é regular.
(JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO)
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