São Paulo, domingo, 7 de fevereiro de 1999

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DATAFOLHA
Pesquisa nacional mostra que 36% avaliam o governo do presidente como ruim/péssimo, contra 21% de ótimo/bom
Pela 1ª vez, rejeição a FHC supera aprovação

da Reportagem Local


Pela primeira vez a rejeição nacional ao presidente Fernando Henrique Cardoso superou a sua aprovação: 36% acham seu desempenho ruim oupéssimo, apenas 21% o consideram bom ou ótimo, e 39% dizem que ele é regular.
É o que revela a primeira pesquisa nacional Datafolha feita após a posse de FHC para o seu segundo mandato. O levantamento foi feito em 94 municípios de todas as 27 unidades da Federação.
Foram entrevistadas 2.076 pessoas com 16 anos ou mais de idade, entre quarta-feira e quinta-feira da semana passada.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O resultado é semelhante ao apurado pelo Datafolha na semana anterior apenas na cidade de São Paulo. Naquela pesquisa, feita no dia 28 de janeiro, a reprovação ao governo FHC chegou a 38%, contra 22% de aprovação.
Na avaliação nacional, a pesquisa mostra que a popularidade de Fernando Henrique chegou ao seu ponto mais baixo desde que ele assumiu a Presidência pela primeira vez, em janeiro de 1995. Antes, sua pior avaliação ocorrera em junho de 1996: 25% de rejeição contra 30% de aprovação.
A série histórica mostra que a popularidade de FHC está em queda desde 2 de setembro do ano passado, quando ele desfrutava de 46% de opiniões favoráveis. Em 25 daquele mês sua aprovação já caíra para 42%, chegando a 35% em dezembro.
A maior queda, porém, ocorreu este ano. Os 21% atuais (metade da aprovação do final de setembro) são reflexo da crise econômica deflagrada pela desvalorização do real.
Entre os que tomaram conhecimento da alta do dólar, o apoio ao presidente chega a apenas 19%, contra 29% entre aqueles que não sabem que o real foi desvalorizado.
Os que tomaram conhecimento da desvalorização chegam a 75% da população com 16 anos ou mais de idade. Os mais bem informados são as pessoas com nível superior (100% de conhecimento), os de renda mais alta (93%), os homens (80%) e os eleitores de Ciro Gomes (87%).
A queda da popularidade de Fernando Henrique ocorreu em todos os segmentos sociais, regiões e faixas etárias.
Sua pior avaliação, entretanto, ocorre entre as pessoas com 41 anos ou mais (18% de aprovação e 39% de rejeição), entre os mais pobres (21% de aprovação), nas regiões metropolitanas (18% de bom e ótimo) e no Sudeste (19% de aprovação).
Os menos escolarizados, que sustentavam a popularidade do presidente até dezembro, foram os principais responsáveis pela queda da avaliação do presidente.
Até antes da crise do real, 38% desses brasileiros consideravam o governo de FHC ótimo ou bom. Na semana passada esse percentual já havia caído para 22%, enquanto o de ruim e péssimo subiu de 25% para 37%.
A nota média dada a FHC ficou, pela primeira vez, no vermelho: 4,7, contra os 5,6 obtidos em dezembro. Os que dão nota zero para o governo chegam a 18%, enquanto só 7% dão nota 10.
Mesmo entre os que dizem ter votado no presidente na eleição de outubro passado o percentual dos que consideram seu governo ruim ou péssimo chega a 23%.
Embora alto, o percentual ainda é muito inferior ao encontrado entre os eleitores de Ciro Gomes (43%) e Luiz Inácio Lula da Silva (60%).
Para 36% dos entrevistados o desempenho do governo no combate à crise econômica está sendo ruim ou péssimo, enquanto apenas 20% o consideram bom ou ótimo. Outros 41% avaliam que ele é regular.
(JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO)


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