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ESTADOS
Covas adotou medidas de contenção; veja a situação de cinco unidades que estão em confronto com a União
SP pode arrecadar R$ 2 bi a menos de ICMS
PATRICIA ZORZAN
da Reportagem Local
Com a crise financeira, o governo
do Estado de São Paulo prevê queda de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões na
arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços), sua principal fonte de
receita tributária.
O imposto foi responsável por
90% da arrecadação do Estado em
97. No ano passado, esse índice foi
de 89%, segundo informações da
Secretaria da Fazenda.
A expectativa de redução foi feita
em relação ao Orçamento de 99 encaminhado pelo governo à Assembléia Legislativa.
Antes que os efeitos da crise (iniciada em outubro na Rússia) fossem sentidos no país, o governo esperava arrecadar R$ 18,2 bilhões
com a cobrança do ICMS.
Dados de janeiro de 99 revelam
redução de 0,2% na arrecadação
do imposto em relação ao mesmo
período de 98, quando foi recolhido R$ 1,470 bilhão.
Apesar de pequena, a queda,
conforme o governo, indica uma
tendência.
"Não conseguimos igualar os
números aos de janeiro de 98,
quando já havia uma redução de
6,5% em relação a janeiro de 97.
Estamos mantendo a crise", disse
Clóvis Panzarini, coordenador da
Administração Tributária da Secretaria da Fazenda.
Levando-se em conta os 12 meses
de 98, a redução foi de 3,5% -o
que, de acordo com o governo, significou uma perda de R$ 650 milhões para o Estado.
"Esse percentual já é muito grave. Mas as previsões para a economia não são cor-de-rosa. Por isso,
(manter esse índice) seria bom.
Mas, comparando-se ao que foi arrecadado em 97, é um desastre",
completou Panzarini.
Ajuste
Motivado pela queda na arrecadação e pelo aprofundamento da
crise, o governo adotou no início
de 99 duas medidas de contenção
de gastos: corte de 10% das verbas
de custeio da administração direta
e congelamento dos investimentos
das secretarias.
Em recursos, isso equivale a R$
200 milhões em relação a gastos de
custeio e a R$ 1,6 bilhão em investimentos. O Orçamento do Estado
para 99 é de R$ 36 bilhões.
Com o congelamento, todos os
investimentos ficam sujeitos à
aprovação do governador Mário
Covas (PSDB).
Segundo a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes,
Covas tem negociado caso a caso a
continuidade de obras. Até agora
têm sido mantidos apenas projetos
já em andamento, como o término
de hospitais, presídios e estradas.
Construções em fase de idealização e licitadas foram paralisadas.
Estão sendo encaminhadas ainda alterações nos repasses do tesouro estadual para empresas, autarquias e fundações. Do R$ 1,88
bilhão previsto, deverá ser transferido R$ 1,55 bilhão.
As negociações sobre cortes nessas áreas serão iniciadas nesta semana.
Demissões
O governo pretende sugerir redução de despesas pela eliminação
do que considera "gordura", isto é,
pela diminuição de cargos hierárquicos e pelo corte de benefícios.
Mas demissões não estão sendo
descartadas. "Vamos procurar não
demitir. Mas, se não houver outro
jeito, não vai ter como evitar", explicou Walter Soboll, responsável
pela Coordenadoria Estadual de
Controle Interno.
Em 98, São Paulo comprometeu
64% de sua receita com a folha de
pagamento do funcionalismo. A
legislação permite gastos de no
máximo 60% com salários.
Quando tomou posse no início
do ano, o vice-governador Geraldo
Alckmin afirmou que, apesar de o
Estado já ter promovido um acerto
em suas contas e estar com 160 mil
funcionários públicos a menos do
que há quatro anos, seria necessário um "pequeno ajuste."
No início do primeiro mandato
do governador tucano em São
Paulo, foram demitidos 193.809
servidores públicos, vendidos
imóveis e renegociados contratos.
Em busca do saneamento, também
foi firmado o acordo da dívida do
Estado que levou à transferência
para a União do Banespa, da Fepasa e da Ceagesp.
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