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Trajeto de São Paulo ao cemitério do Paquetá, em Santos, deverá levar cinco horas; prefeito da cidade planeja dar o nome do governador a avenida e construir estátua em sua homenagem
Enterro terá salva de tiros
DA REPORTAGEM LOCAL
E DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O governador Mário Covas será
enterrado hoje em Santos (72 km
de SP), onde nasceu, com honras
militares. Segundo a assessoria do
governo, 180 pessoas deverão
acompanhar o sepultamento.
Na cerimônia, prevista para
ocorrer no início da tarde, no Cemitério do Paquetá, no centro da
cidade, onde estão sepultados seu
pai e a filha Sílvia, morta em 1976,
não estão planejados discursos.
O corpo de Covas deverá deixar
o Palácio dos Bandeirantes, em
carro aberto, por volta das 9h, escoltado por policiais a cavalo. No
caminho para Santos, o cortejo
passará em frente ao obelisco em
honra aos heróis da Revolução de
1932, onde ocorrerá a troca da escolta a cavalo pela motorizada.
O cortejo também passará em
frente à Assembléia Legislativa de
São Paulo, onde deverá haver
uma manifestação organizada
por seu partido, o PSDB. Não há
previsão de o corpo ser levado para o interior da Assembléia.
Covas seguirá então diretamente para Santos, passando pelas rodovias dos Imigrantes e Anchieta.
Em Santos, haverá nova troca de
escolta -voltará a ser a cavalo.
Honras militares
A primeira parada na cidade litorânea será na praça José Bonifácio, na região central, onde o governador receberá as honras militares. A cerimônia estará a cargo
do pelotão de honras fúnebres da
Polícia Militar, com 36 cadetes.
Haverá uma salva de 21 tiros.
O cortejo seguirá então para o
cemitério. Da saída do Palácio dos
Bandeirantes à chegada ao cemitério, levará cinco horas.
O enterro deve ser acompanhado pelo governador Geraldo
Alckmin (PSDB) e por outras autoridades, incluindo o presidente
Fernando Henrique Cardoso. De
São Paulo, ele embarcará num helicóptero para Santos. A previsão
do Palácio do Planalto é que ele
chegue à cidade às 13h30.
Após acompanhar o enterro,
que a assessoria presidencial estima que ocorrerá entre as 14h e as
15h, FHC retorna a São Paulo e,
depois, volta a Brasília.
Estão confirmadas as presenças
do ministro José Serra (Saúde), de
Aécio Neves (presidente da Câmara), de Teotônio Vilela Filho
(presidente do PSDB) e dos líderes tucanos Marcio Fortes e Sérgio
Machado.
O centro de Santos, cidade natal
de Mário Covas, vai parar a partir
das 9h de hoje, quando nove das
principais ruas do bairro serão interditadas para a passagem do
cortejo fúnebre do governador.
Uma multidão é aguardada. A
Polícia Militar colocará nas ruas
da região 500 homens -o batalhão de Santos possui um efetivo
de 700- convocados de várias
unidades da Baixada Santista.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) reservou vagas
para carros de autoridades na
avenida São Francisco, uma das
que serão fechadas. A Ecovias
(concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes) implantará o
sistema 4 x 3 (duas faixas da Anchieta e duas da Imigrantes com
mão de direção para o litoral), a
fim de facilitar a descida da serra.
O corpo de Covas deve chegar à
cidade escoltado por motociclistas da PM. Na avenida São Francisco, os motociclistas entregarão
a guarda ao Regimento de Cavalaria. Em um carro aberto do Corpo
de Bombeiros, o caixão será levado à praça José Bonifácio, onde
Covas receberá honras militares.
Após a cerimônia, o cortejo
prosseguirá até o cemitério do Paquetá, interditado ao público desde a manhã de ontem devido aos
preparativos para o enterro.
No túmulo da família Covas,
uma sepultura preta, de número
339, no jazigo 20, já foram enterrados o pai do governador, Mário
Covas, a filha Sílvia, morta no
Guarujá em acidente de moto em
1º de janeiro de 1976, a irmã, Marina, o avô, Jesus Covas Perez, e o
tio Jesus Covas Filho.
Inaugurado em 1853, o Paquetá
é o primeiro cemitério público de
Santos, onde estão os túmulos das
mais tradicionais famílias locais e
de personalidades como os poetas
Martins Fontes e Vicente de Carvalho, o pintor Benedicto Calixto
e os prefeitos eleitos (que não chegaram a tomar posse) Luiz La Scala e Esmeraldo Tarquínio.
Em Santos, a informação é que
o enterro será acompanhado por
1.500 pessoas credenciadas, diferentemente do informado pelo
Estado. O prefeito Beto Mansur
(PPB) enviaria ontem à noite à
Câmara projeto de lei que dá o
nome de Governador Mário Covas à atual avenida Portuária, que
margeia parte do porto de Santos.
A prefeitura também anunciou
a construção de uma estátua do
governador. Ontem foi decretado
na cidade luto oficial de oito dias e
ponto facultativo nas repartições.
Para as 21h30 de ontem estava
prevista uma missa de corpo presente celebrada pelo arcebispo
dom Cláudio Hummes, com a
participação da Orquestra Sinfônica do Estado e seu coro.
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