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"Divórcio" do PFL pode unir PMDB e PSDB
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio aos seus graves problemas internos, o PMDB teve
ontem um motivo para comemorar. A decisão do PFL de rompimento com o governo de Fernando Henrique Cardoso, mas declarando guerra a José Serra, abre
uma avenida para o partido tentar
se firmar como o aliado preferencial dos tucanos na sucessão e
num eventual futuro governo.
A maioria do grupo governista,
que controla a cúpula do partido,
é favorável a uma aliança com o
pré-candidato do PSDB à Presidência. Com a ruptura entre PFL e
PSDB, o PMDB julga que os tucanos se esforçarão para obter o
apoio peemedebista na eleição.
Leia-se: receber o tempo de TV do
PMDB, o terceiro maior partido,
em troca do cargo de vice e de
alianças vantajosas nos Estados.
A análise dos dirigentes peemedebistas é que Serra precisará do
partido para resistir ao bombardeio do PFL. O partido de Roseana Sarney, governadora do Maranhão e pré-candidata pefelista ao
Planalto, quer minar o tucano.
Mais: a decisão da Justiça Eleitoral de obrigar os partidos a seguir
a aliança presidencial nas coligações nos Estados abre a perspectiva, hoje improvável, de o partido
não se alinhar a nenhum postulante ao Planalto para liberar as
composições regionais.
Essa possibilidade ainda dependerá de uma resposta da Justiça
Eleitoral, mas será explorada pelo
PFL. Roseana, que sabe ser difícil
uma aliança com o PMDB, vai
pressionar o partido a não lançar
candidato para enfraquecer Serra
e fortalecer os grupos peemedebistas interessados em se coligar
aos pefelistas nos Estados.
Na guerra interna, o desafio
imediato do grupo pró-FHC do
PMDB é vencer a ala oposicionista, que surpreendeu ao atingir o
quórum necessário numa contestada pré-convenção no final de
semana em São Paulo. Reunidos
ontem no escritório do ministro
Ney Suassuna (Integração Nacional), os governistas temiam não
conseguir quórum maior para o
seu encontro, uma pré-convenção amanhã em Brasília.
De qualquer forma, haverá batalha jurídica para saber qual pré-convenção é válida. Se não conseguirem, os governistas terão dificuldade para se aliar a Serra.
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