São Paulo, quinta-feira, 07 de março de 2002

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CRISE NA SUCESSÃO

Representante de Roseana que presenciou ação da PF diz que policiais só enviaram mandado de busca e apreensão ao Palácio do Planalto

Advogado nega envio de relatório por fax

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

O advogado da empresa Lunus, Vinícius César de Berredo Martins, disse ontem à Agência Folha que os policiais federais que fizeram uma devassa na empresa, na sexta-feira, não enviaram relatório do trabalho ao Planalto, pelo menos por meio do fax do escritório da empresa.
Segundo Martins, que representa os interesses da presidenciável Roseana Sarney (PFL-MA) e de seu marido, Jorge Murad, sócios na Lunus, apenas o fax do mandado de busca e apreensão foi passado ao Planalto pelos policiais, fato que teria ocorrido por volta das 17h30.
"Houve um pedido do superintendente Agílio [o diretor-geral da PF, Agílio Monteiro Filho" diretamente para o delegado que estava presidindo a operação, o Paulo Tarso, para que ele passasse um fax do mandado de busca e apreensão para o Palácio do Planalto", afirmou o advogado.
Martins acrescentou que nenhum relatório do que estava sendo feito foi mandado do escritório da empresa -"até porque não estava nem pronto", acrescentou. Ele conta que Tarso não sabia manipular o aparelho de fax e, por isso, pediu à secretária que passasse os dois papéis que compunham o mandado.
"Na ocasião, ele [Tarso" fez uma brincadeira com ela, dizendo que a Terezinha [a secretária" estava passando o fax mais importante da sua vida. Eu, para complementar, disse a ela que era bom até bater continência", afirmou.
Martins ressalta que havia, na operação que durou oito horas, um nítido comando de Brasília, que ele não soube dizer de quem partia. "Presenciei uma movimentação muito grande por meio de celular. Vivia sempre um ou outro agarrado com um celular, falando não sei com quem. Os policiais comentaram comigo que havia uma coordenação em Brasília, mas não entraram em detalhes", disse.
A ação da Polícia Federal ocorreu nas quatro salas em que funcionam o escritório da empresa, que tem sede em um prédio de quatro andares do bairro Renascença, uma das regiões mais valorizadas de São Luís. A busca foi motivada por um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal do Tocantins, que atendeu a pedido do Ministério Público Federal local.
Na investigação, há a suspeita de ligação da Lunus com outras empresas que participaram de projetos irregulares da Sudam.
Além da Lunus, o mandado de busca e apreensão abrange também a Nova Holanda, já vistoriada pela PF, e a Agrima Indústria e Comércio de Calcário Ltda.



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