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CRISE NA SUCESSÃO
Representante de Roseana que presenciou ação da PF diz que policiais só enviaram mandado de busca e apreensão ao Palácio do Planalto
Advogado nega envio de relatório por fax
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
O advogado da empresa Lunus,
Vinícius César de Berredo Martins, disse ontem à Agência Folha
que os policiais federais que fizeram uma devassa na empresa, na
sexta-feira, não enviaram relatório do trabalho ao Planalto, pelo
menos por meio do fax do escritório da empresa.
Segundo Martins, que representa os interesses da presidenciável
Roseana Sarney (PFL-MA) e de
seu marido, Jorge Murad, sócios
na Lunus, apenas o fax do mandado de busca e apreensão foi passado ao Planalto pelos policiais, fato
que teria ocorrido por volta das
17h30.
"Houve um pedido do superintendente Agílio [o diretor-geral
da PF, Agílio Monteiro Filho" diretamente para o delegado que estava presidindo a operação, o
Paulo Tarso, para que ele passasse
um fax do mandado de busca e
apreensão para o Palácio do Planalto", afirmou o advogado.
Martins acrescentou que nenhum relatório do que estava sendo feito foi mandado do escritório
da empresa -"até porque não estava nem pronto", acrescentou.
Ele conta que Tarso não sabia manipular o aparelho de fax e, por isso, pediu à secretária que passasse
os dois papéis que compunham o
mandado.
"Na ocasião, ele [Tarso" fez uma
brincadeira com ela, dizendo que
a Terezinha [a secretária" estava
passando o fax mais importante
da sua vida. Eu, para complementar, disse a ela que era bom até bater continência", afirmou.
Martins ressalta que havia, na
operação que durou oito horas,
um nítido comando de Brasília,
que ele não soube dizer de quem
partia. "Presenciei uma movimentação muito grande por meio
de celular. Vivia sempre um ou
outro agarrado com um celular,
falando não sei com quem. Os policiais comentaram comigo que
havia uma coordenação em Brasília, mas não entraram em detalhes", disse.
A ação da Polícia Federal ocorreu nas quatro salas em que funcionam o escritório da empresa,
que tem sede em um prédio de
quatro andares do bairro Renascença, uma das regiões mais valorizadas de São Luís. A busca foi
motivada por um mandado de
busca e apreensão expedido pela
Justiça Federal do Tocantins, que
atendeu a pedido do Ministério
Público Federal local.
Na investigação, há a suspeita
de ligação da Lunus com outras
empresas que participaram de
projetos irregulares da Sudam.
Além da Lunus, o mandado de
busca e apreensão abrange também a Nova Holanda, já vistoriada pela PF, e a Agrima Indústria e
Comércio de Calcário Ltda.
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