São Paulo, quinta-feira, 07 de março de 2002

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Marco Aurélio critica envio de fax a presidente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio de Mello, criticou ontem o envio pela Polícia Federal de fax ao presidente Fernando Henrique Cardoso informando sobre a operação de busca e apreensão na sede da empresa Lunus, da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e de seu marido, Jorge Murad.
"A Polícia Federal deve se reportar tão-somente à autoridade judiciária que determinou o ato. Não cabe prestação de contas a outrem", afirmou Marco Aurélio.
O ministro foi irônico sobre a suposta existência de interferência política no caso, sugerindo a possibilidade de ter havido troca acidental entre o número de um aparelho de fax instalado no Palácio da Alvorada e o da Justiça Federal no Tocantins, de onde partiu a ordem de busca e apreensão. "Prefiro acreditar que houve erro na digitação [do número"."
Para ele, a questão deve ser apurada. "Se há algo excepcional, a própria PF deve esclarecer." O ministro disse que ficou surpreso com o vazamento de informações sobre a investigação e que o segredo de Justiça deve ser preservado. "Os veículos de comunicação estão estampando dados [sigilosos", o que para mim estarrece."
Na última sexta, logo após o início da operação na Lunus, Roseana telefonou para Marco Aurélio para pedir orientação. Anteontem, o ministro disse que ela tem o direito de "espernear", mas que não pode exigir o aviso prévio da realização de uma operação.



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