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Marco Aurélio
critica envio de
fax a presidente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio de Mello, criticou ontem o envio pela Polícia Federal
de fax ao presidente Fernando
Henrique Cardoso informando
sobre a operação de busca e
apreensão na sede da empresa
Lunus, da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e de
seu marido, Jorge Murad.
"A Polícia Federal deve se reportar tão-somente à autoridade
judiciária que determinou o ato.
Não cabe prestação de contas a
outrem", afirmou Marco Aurélio.
O ministro foi irônico sobre a
suposta existência de interferência política no caso, sugerindo a
possibilidade de ter havido troca
acidental entre o número de um
aparelho de fax instalado no Palácio da Alvorada e o da Justiça Federal no Tocantins, de onde partiu a ordem de busca e apreensão.
"Prefiro acreditar que houve erro
na digitação [do número"."
Para ele, a questão deve ser apurada. "Se há algo excepcional, a
própria PF deve esclarecer." O
ministro disse que ficou surpreso
com o vazamento de informações
sobre a investigação e que o segredo de Justiça deve ser preservado.
"Os veículos de comunicação estão estampando dados [sigilosos",
o que para mim estarrece."
Na última sexta, logo após o início da operação na Lunus, Roseana telefonou para Marco Aurélio
para pedir orientação. Anteontem, o ministro disse que ela tem
o direito de "espernear", mas que
não pode exigir o aviso prévio da
realização de uma operação.
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