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R$ 1,3 mi não
é de Roseana,
diz advogado
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
O dinheiro encontrado pela Polícia Federal no cofre da sede da
empresa Lunus, de propriedade
da governadora e presidenciável
Roseana Sarney (PFL-MA) e de
seu marido, Jorge Murad, continua sem explicação cinco dias depois do ocorrido e vem gerando
justificativas contraditórias.
O advogado da empresa, Vinícius César de Berredo Martins,
disse ontem à Agência Folha que
o R$ 1,34 milhão localizado no escritório "não tem esse aspecto cabeludo de que estão falando", mas
evitou dar mais explicações sobre
o assunto. Negou que houvesse
dólares no local, conforme vinha
sendo especulado. Segundo ele, o
dinheiro não pertence nem a Roseana nem a Murad, e sim a uma
empresa (o advogado não quis dizer o nome) que funcionaria no
mesmo escritório da Lunus, que
fica em um prédio de quatro andares no bairro Renascença, região nobre de São Luís.
No final da tarde, a assessoria da
governadora divulgou uma nota
assinada por Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, sócio-gerente
da Pousada dos Lençóis Empreendimentos Turísticos Ltda.,
em que ele diz que a origem do dinheiro apreendido na Lunus é "lícita e legítima".
Fernandes contradiz o advogado ao afirmar que o dinheiro pertence à empresa Pousada dos
Lençóis, de propriedade dele, de
Jorge Murad Jr. e de Severino
Francisco Cabral.
Na nota, o empresário diz que
"a movimentação de dinheiro em
espécie, além de ser usual em pagamentos de construção e obras,
tem menor custo tributário e é
praticada por quase todas as empresas do país, em face do acréscimo de 0,38% do imposto que incide sobre os cheques. É necessário
ressaltar que a posse de numerário não é crime nem constitui
qualquer prática ilegal".
Pagamento
Já Roseana diz que o fato de a PF
encontrar dinheiro na empresa
seria normal já que o dia da ação
era o primeiro dia útil do mês,
quando normalmente seria feito o
pagamento dos funcionários.
Martins havia declarado na única manifestação pública que deu
sobre o assunto, na segunda-feira,
que o dinheiro seria usado por essa outra empresa para pagar madeira utilizada na construção de
um pólo turístico em Barreirinhas, no nordeste do Estado.
Ontem, ele evitou ratificar o que
disse, afirmando apenas que não
iria se antecipar àqueles que seriam os verdadeiros donos do dinheiro. Segundo Martins, a empresa explicará hoje porque guardava a quantia nos cofres da Lunus: "Tudo isso está perfeitamente documentado. A empresa vai
esclarecer com documentos, com
plantas, com mapas, moldura, ela
tem como justificar o dinheiro".
O fato de a Lunus funcionar em
um mesmo escritório com outra
empresa também seria esclarecido hoje, afirmou Martins.
O advogado justificou a demora
na explicação afirmando que isso
não passa de uma "estratégia"
criada pela defesa de Murad e Roseana para reunir mais elementos
para um possível processo contra
quem os acusa agora.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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