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ELEIÇÃO NO ESCURO
Projetos de decreto legislativo começam a tramitar na Casa
Congresso inicia ação para tentar anular verticalização
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados e senadores partiram para o confronto com o TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) na
tentativa de anular a norma que
vincula as coligações estaduais às
da disputa pela Presidência. Ontem, dois projetos de decreto legislativo começaram a tramitar
na Câmara e no Senado, e a oposição entra hoje com recurso no
STF (Supremo Tribunal Federal)
contra a decisão do TSE.
Em uma atitude política, a Comissão de Constituição e Justiça
aprovou a convocação do presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, para explicar a decisão do
tribunal. O poder de convocação
dos deputados é restrito a autoridades do Executivo, mas a CCJ foi
informada de que Jobim poderá
depor na próxima quarta-feira.
O líder do PSDB no Senado, Geraldo Melo (RN), o vice-líder do
governo no Senado, Romero Jucá
(PSDB-RR), e o PPB já entraram
com novas consultas no TSE. Partidos de oposição também elaboram um documento a ser encaminhado ao tribunal para tirar dúvidas sobre a situação das coligações estaduais.
Eles querem saber se o partido
que estiver fora da eleição presidencial terá liberdade total de coligação nos Estados, não poderá
se coligar com nenhuma outra legenda ou só poderá apoiar candidatos de partidos que também estiverem fora da disputa à Presidência, entre outras questões.
Ontem no início da noite, representantes de partidos de oposição
-PT, PSB, PC do B, PPS e o PL-
se reuniram com o presidente do
Supremo, ministro Marco Aurélio de Mello. Hoje a oposição vai
protocolar uma ação direta de inconstitucionalidade na tentativa
de anular a decisão do TSE. A expectativa da oposição é que o STF
seja rápido e suspenda a norma
do TSE, mesmo em liminar.
Os líderes de partidos de oposição decidiram também entrar na
Câmara com um projeto de decreto legislativo. O instrumento
legislativo precisa de maioria simples para ser aprovado e é de competência exclusiva do Congresso.
No Senado, o projeto de decreto
legislativo foi protocolado pelo líder do PMDB, Renan Calheiros
(AL). O PMDB acredita que cerca
de 60% dos deputados e 70% dos
senadores estão favoráveis ao
projeto de decreto legislativo.
A base de argumentação dos
congressistas é que o TSE usurpou atribuição do Legislativo ao
decidir sobre assunto que deveria
ser tratado por lei elaborada por
deputados e senadores.
A decisão do TSE de liberar o
acesso de qualquer pessoa à prestação de contas dos candidatos
deverá levar os partidos a fiscalizar os adversários e a criar mecanismos para checar a credibilidade das informações fornecidas à
Justiça Eleitoral, segundo o consultor do PFL e ex- ministro do
órgão, Torquato Jardim.
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