São Paulo, terça-feira, 07 de março de 2006

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Irã embaraça almoço entre brasileiro e Blair

DE LONDRES
DO ENVIADO A LONDRES

Junto a temas recorrentes no noticiário, caso da liberalização do comércio, ou típicos de uma visita de Estado, como ciência e tecnologia, Luiz Inácio Lula da Silva e Tony Blair terão na pauta do encontro de quinta a espinhosa questão do Irã.
Segundo a Folha apurou, o impasse acerca do programa nuclear do país asiático será um dos cinco assuntos da agenda que serão tratados no almoço no número 10 de Downing Street, a residência oficial do governo britânico.
Antes do almoço, eles tratarão da agenda bilateral, dominada por dois eixos: Cooperação Econômica, Comércio e Investimentos e Ciência e Tecnologia.
No mês passado, em retaliação à decisão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) de reportar o país ao Conselho de Segurança da ONU, o Irã anunciou ter rompido a cooperação com o órgão, vetando o acesso de inspetores às suas instalações nucleares e retomando o programa de enriquecimento de urânio. As principais potências ocidentais, EUA e Reino Unido à frente, acreditam que o país possui um programa nuclear paralelo para a produção da bomba atômica.
O Brasil, que dispõe de um programa de enriquecimento de urânio para fins pacíficos, tem uma posição delicada no processo. Embora tenha ajudado a aprovar a resolução que exortava o Irã a interromper o enriquecimento de urânio e seja signatário do Tratado sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares, o Brasil não assinou o seu Protocolo Adicional, que permite vistorias irrestritas e sem aviso prévio -e é pressionado a fazê-lo.
O Brasil pode ser cobrado a esclarecer como seria um eventual acordo nuclear com a Venezuela, um dos poucos membros da Junta de Governadores da AIEA a votar pela manutenção do programa do Irã. A idéia do acordo, que incluiria também a Argentina, foi lançada por Hugo Chávez.
Os outros temas do encontro serão: Mudança Climática e Energia, Pobreza e Fome, Reforma da ONU (o Reino Unido apóia o desejo do Brasil em obter um assento no CS) e Processo de Paz no Oriente Médio.


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