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Relatório dos EUA critica caso do dossiê
A dois dias da visita de Bush, documento sobre direitos humanos diz que envolvidos tinham "relações estreitas" com Lula
"O comportamento ético de figuras públicas continuou a ser tema no ano", diz o texto divulgado pela secretária de Estado Condoleezza Rice
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A dois dias da visita do presidente George W. Bush ao Brasil, o Departamento de Estado
americano divulgou o relatório
de 2006 sobre a situação dos direitos humanos no país e no
mundo com uma menção ao caso da tentativa de compra de
um dossiê por integrantes do
PT contra políticos do PSDB na
campanha presidencial.
Segundo o documento, envolvidos no episódio tinham
"relações estreitas" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O relatório foi divulgado ontem pela secretária Condoleezza Rice, em entrevista coletiva
em Washington.
"O comportamento ético de
figuras públicas continuou a
ser um tema importante durante o ano. (...) Experientes
membros da campanha à reeleição do presidente [Lula] com
relações estreitas com o presidente renunciaram ou foram
demitidos em meados de setembro por causa do envolvimento deles em uma tentativa
de compra e disseminação de
um dossiê com informações
pretensamente danosas sobre
um oponente político", diz o relatório sobre o Brasil no capítulo destinado à "Corrupção governamental e transparência".
O texto aponta as conseqüências do episódio. "Uma comissão parlamentar e o Tribunal Superior Eleitoral abriram
investigações que continuaram
até o final do ano. O presidente
Lula falou publicamente contra
a corrupção no governo."
O texto também lembra que
"a Polícia Federal indiciou um
ex-ministro da Saúde sob acusações de corrupção", referindo-se a Humberto Costa, indiciado por suposto envolvimento com a máfia dos vampiros.
Comissão de Ética
O capítulo traz outra crítica
indireta a Lula, ao descrever
problema na Comissão de Ética
Pública, que é vinculada à Presidência. "A lei garante acesso
público a informações governamentais não-confidenciais
acerca da aplicação da Comissão de Ética Pública. Entretanto, o processo burocrático freqüentemente dificulta a liberação dessas informações", afirma o relatório.
A parte sobre o Brasil relata
atrocidades das polícias nos Estados, atentados da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), tráfico de prostitutas para a Europa, crimes rurais e prostituição infantil, entre outras mazelas. A íntegra do
relatório pode ser lida em
www.state.gov/g/drl/rls/hrrpt/2006/78882.htm
Colaborou SÉRGIO DÁVILA, de Washington
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