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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Coordenador da campanha de Serra diz que "desenvolvimentismo" une tucanos, apesar de divergências
Saldo da verticalização é neutro, diz Pimenta
MARIA INÊS NASSIF
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga assume,
nesta semana, a coordenação-geral da campanha do pré-candidato tucano José Serra, embora no
início das disputas internas para a
escolha do candidato do PSDB,
Pimenta estava distante de Serra e
muito mais próximo do ex-governador Tasso Jereissati (CE). "O
desenvolvimentismo nos une",
disse o ex-ministro: "Eu sou do
PSDB, e Serra é o candidato do
meu partido". Pimenta elogiou a
decisão de verticalizar as alianças.
Leia a seguir trechos da entrevista:
Folha - Os problemas regionais
evidenciados na discussão da eleição presidencial não indicam que a
resolução do TSE não é necessariamente boa para nenhum partido?
Pimenta da Veiga - A decisão do
TSE é geneticamente correta. Melhora a gênese política do governo. Mas, além disso, tenho uma
convicção pessoal: aprendi há
muito tempo que o pior caminho
é ficar contestando decisões judiciais. Acho equivocada a grosseria
cometida, por exemplo, por um
candidato a presidente contra o
tribunal. No fundo, na minha
avaliação, todos ganham um pouco, todos perdem um pouco. A
decisão tende a ser neutra.
Folha - A decisão do TSE não torna a coligação governista mais problemática, pelo fato de o PMDB ser
um partido muito regionalizado?
Pimenta - A decisão do TSE impede o retalhamento, mas não
obriga a unidade.
Folha - O PMDB é um aliado fácil?
Pimenta - Se todos fossem iguais
só existiria um partido. A aliança
une desiguais que têm um ponto
em comum, o desejo de eleger alguém e determinado programa.
No resto são só divergências. A
grande dificuldade é harmonizá-las. Dá trabalho, mas é possível.
Folha - Quais as dificuldades na
escolha do vice de Serra?
Pimenta - Nós não decidimos o
candidato a vice, mas nenhum
outro partido tem um vice escolhido. A nossa pressa estava ligada ao prazo de desincompatibilização do governador Jarbas Vasconcelos, mas esse já é um fato superado. Agora não existe mais urgência. O PMDB tem muitos nomes pleiteando o cargo e é natural
que precise de tempo para fazer a
escolha. Também não vou entrar
no mérito dos postulantes. É uma
indicação que o PMDB vai fazer.
Folha - Até há pouco tempo não
dava para imaginar que o sr. tivesse uma afinidade tão grande com
Serra, a ponto de assumir a coordenação-geral da campanha. Por que
passou a considerar importante estar ao lado do candidato tucano?
Pimenta - Eu sou do PSDB e ele é
o candidato do meu partido. Eu
tenho uma enorme disciplina
partidária. Além disso, é inegável
que José Serra tem méritos para se
candidatar à Presidência. E o programa que está em elaboração deve evidenciar alguns pontos para
melhorar a vida dos brasileiros.
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