São Paulo, domingo, 07 de abril de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Coordenador da campanha de Serra diz que "desenvolvimentismo" une tucanos, apesar de divergências

Saldo da verticalização é neutro, diz Pimenta

MARIA INÊS NASSIF
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga assume, nesta semana, a coordenação-geral da campanha do pré-candidato tucano José Serra, embora no início das disputas internas para a escolha do candidato do PSDB, Pimenta estava distante de Serra e muito mais próximo do ex-governador Tasso Jereissati (CE). "O desenvolvimentismo nos une", disse o ex-ministro: "Eu sou do PSDB, e Serra é o candidato do meu partido". Pimenta elogiou a decisão de verticalizar as alianças. Leia a seguir trechos da entrevista:

Folha - Os problemas regionais evidenciados na discussão da eleição presidencial não indicam que a resolução do TSE não é necessariamente boa para nenhum partido?
Pimenta da Veiga -
A decisão do TSE é geneticamente correta. Melhora a gênese política do governo. Mas, além disso, tenho uma convicção pessoal: aprendi há muito tempo que o pior caminho é ficar contestando decisões judiciais. Acho equivocada a grosseria cometida, por exemplo, por um candidato a presidente contra o tribunal. No fundo, na minha avaliação, todos ganham um pouco, todos perdem um pouco. A decisão tende a ser neutra.

Folha - A decisão do TSE não torna a coligação governista mais problemática, pelo fato de o PMDB ser um partido muito regionalizado?
Pimenta -
A decisão do TSE impede o retalhamento, mas não obriga a unidade.

Folha - O PMDB é um aliado fácil?
Pimenta -
Se todos fossem iguais só existiria um partido. A aliança une desiguais que têm um ponto em comum, o desejo de eleger alguém e determinado programa. No resto são só divergências. A grande dificuldade é harmonizá-las. Dá trabalho, mas é possível.

Folha - Quais as dificuldades na escolha do vice de Serra?
Pimenta -
Nós não decidimos o candidato a vice, mas nenhum outro partido tem um vice escolhido. A nossa pressa estava ligada ao prazo de desincompatibilização do governador Jarbas Vasconcelos, mas esse já é um fato superado. Agora não existe mais urgência. O PMDB tem muitos nomes pleiteando o cargo e é natural que precise de tempo para fazer a escolha. Também não vou entrar no mérito dos postulantes. É uma indicação que o PMDB vai fazer.

Folha - Até há pouco tempo não dava para imaginar que o sr. tivesse uma afinidade tão grande com Serra, a ponto de assumir a coordenação-geral da campanha. Por que passou a considerar importante estar ao lado do candidato tucano?
Pimenta -
Eu sou do PSDB e ele é o candidato do meu partido. Eu tenho uma enorme disciplina partidária. Além disso, é inegável que José Serra tem méritos para se candidatar à Presidência. E o programa que está em elaboração deve evidenciar alguns pontos para melhorar a vida dos brasileiros.



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