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Cinco tipos de violência aumentaram e outro cinco diminuíram durante gestão
Crime fica estacionado em patamares elevados
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de fazer do combate à
violência uma de suas principais
bandeiras, Anthony Garotinho
(PSB) deixou o governo do Rio de
Janeiro com a taxa de homicídios
estacionada num patamar alto
-40,15 mortes por 100 mil habitantes em 2001- e sem controle
sobre os confrontos armados do
tráfico nas ruas do Rio.
A análise dos índices de criminalidade mostra que, de 1998
-último ano do governo de Marcello Alencar (PSDB)- para
2001, houve aumento de cinco tipos de crimes e redução de cinco.
Cresceram homicídios dolosos
(1,89%), latrocínios (47,69%),
roubos de veículos (13,32%), roubos a transeuntes (35,81%) e a residências (57,47%).
Os índices que apresentaram
queda são referentes a sequestros
(47,05%), roubos em ônibus
(23,63%), estupros (8,64%), furtos de veículos (20,50%) e roubos
a bancos (53,56%).
Já uma outra comparação, a dos
números do primeiro para o último ano completo do governo Garotinho (1999-2001), mostra redução de sete dos dez principais crimes contabilizados pelo Estado.
De 1999 a 2001, houve crescimento do número de latrocínios
(57,37%), roubos a transeuntes
(9,9%) e a residências (6,67%).
Persiste a violência dos confrontos armados entre traficantes de
drogas e deles com a polícia.
Caíram os homicídios (1,34%),
os sequestros (52,63%), os roubos
de veículos (11,57%), a bancos
(40,51%), em ônibus (32,67%), os
estupros (17,17%) e os furtos de
veículos (16,14%).
A comparação do primeiro com
o último ano de cada governo
analisa o que aconteceu a partir
do momento da posse. Já a comparação dos últimos anos de governos consecutivos permite saber como eles receberam e como
entregaram ao sucessor os índices
de criminalidade.
Segundo especialistas consultados pela Folha, também é preciso
olhar a série histórica de cada crime, observando tendências verificadas ao longo do tempo.
Todos os dados sobre criminalidade no Rio de Janeiro, com as séries históricas desde 1991, foram
fornecidos pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Homicídios e sequestros
Homicídios e sequestros, dois
dos crimes que mais assustaram o
Rio nos anos 90, mantiveram com
Garotinho, ainda que de forma
mais lenta, tendências iniciadas
no governo de Marcello Alencar.
No governo de Alencar (PSDB),
os homicídios caíram de 8.438 em
1995 para 5.741 em 1998 (31,96%
no período, 7,99% ao ano). Os sequestros, de 108 para 17 (84,25%
no período, 21,06% ao ano).
Com Garotinho, a queda foi
menor. Os homicídios caíram de
5.930 em 1999 para 5.850 em 2001
(1,34% no total, 0,44% ao ano), e
os sequestros, de 19 para 9
(52,63% no total, 17,54% ao ano).
Pelos padrões internacionais, é
alta a taxa de 40,15 homicídios por
100 mil habitantes registrada em
2001 -calculada pela Folha a
partir de dados populacionais do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo
com a ONU, o índice é aproximadamente 2,28 em Londres e 3,12
em Santiago (Chile), 78,44 na Colômbia, 64,6 na África do Sul, 8,9
nos EUA e 2,4 na França.
Em 2000, o Brasil teve em média
23,52 homicídios dolosos por 100
mil habitantes, segundo a Senasp
(Secretaria Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça).
Em São Paulo, a taxa foi de 34,19.
A análise da curva dos homicídios dolosos no Rio mostra um
crescimento de 1991 a 1995, quando atinge o auge, com 8.438 casos.
A queda começa a partir daí, chegando, em 1998, ao nível mais baixo em todo o período analisado.
Em 1998, houve redução de todos
os tipos de crimes.
A média anual de homicídios no
governo Garotinho foi de 5.902,
uma redução em relação à média
de 7.090 do governo anterior. Essa
média, porém, ainda é superior ao
total de 5.741 ocorrências de homicídios registradas em 1998.
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