São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2004

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Remediado está
A reunião de governadores marcada para o próximo dia 26 em Brasília virou nova dor de cabeça para Lula. Diante da dificuldade em esvaziar o conclave, o presidente avalia a possibilidade de patrociná-lo e, se tiver sorte, faturar algum apoio.

Assunto proibido
Sugerido pelo tucano Aécio Neves (MG), o encontro dos governadores logo ganhou o endosso de colegas de outros partidos. No topo da agenda está um item de que o Planalto não quer nem ouvir falar: renegociação da dívida dos Estados.

Dois estilos
Antes de deixar o governo, FHC aconselhou Lula a não reunir governadores e ministros com muita freqüência, pois a fatura seria alta. O petista pensa de outra maneira. Cogita chamar até prefeitos de capital, como contraponto aos governadores.

Filho pródigo
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, já avisou ao PSB: deixará a sigla nas próximas semanas. Deve fazer caminho de volta ao ninho tucano.

Camisa-de-força
José Dirceu procura demonstrar que segue à risca as ordens de Lula para manter distância da operação política. Tem evitado até telefonemas de governadores. Mas, até ontem, sua agenda previa para hoje uma conversa com Renan Calheiros (PMDB).

Ato contínuo
Como Lula adiou o almoço com a bancada peemedebista no Senado, Renan Calheiros também postergou, para a próxima semana, o discurso que faria ontem em defesa de mudanças na política econômica do governo.

Agora efetivo
Indicado no calor do escândalo para suceder Waldomiro Diniz em caráter interino, Alon Feuererker foi efetivado ontem na subchefia de Assuntos Parlamentares da Presidência.

Sinal vermelho
Algumas indicações do PMDB para cargos nos ministérios esbarraram na Abin. Uma delas foi a do ex-senador Carlos Bezerra (MT), que estava cotado para o INSS ou os Correios.

Malha fina
Na esteira do caso Waldomiro Diniz, o Planalto tem dito aos peemedebistas que não adianta indicar nomes com excesso de problemas no prontuário.

Grupo seleto
Bancos privados ficaram fora do programa que concederá empréstimos a aposentados com desconto em folha e juros mais baixos. Lula entregará os dez primeiros cheques do Banco do Brasil e da Caixa na terça-feira, em solenidade no Planalto.

Primavera parisiense
Depois do "abril vermelho", maio em Paris. João Pedro Stedile, coordenador do MST, é o único convidado brasileiro para a festa de 50 anos da publicação "Le Monde Diplomatique", que será no dia 8 do próximo mês.

Rota de colisão
Mantida a disposição de Michel Temer para lançar-se candidato em São Paulo, o grupo do presidente municipal do PMDB, Milton Leite, não se dará por vencido. Decidido a fechar aliança com o PT, promete levar a disputa ao voto dos delegados.

Quase lá
O PSDB paulistano está próximo de feito inédito em sua história: lançar chapa completa de candidatos à Câmara. Na primeira prévia foram apresentados 71 nomes, só 12 a menos do que os tucanos têm direito.

Jogo na mesa
Dentre os 38 pedidos de CPI engavetados pela Assembléia paulista, um propõe investigar os bingos no Estado. Com o apoio dos tucanos, ele pode sair da fila na próxima semana.

TIROTEIO

Do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, sobre o presidente do PT, José Genoino, ter dito que ele tergiversa ao atribuir ao atual governo a fila de caminhões no porto de Paranaguá:
-Genoino falou e nada disse. Se o governo não dá conta da emergência em um porto, como vai nos fazer crer que resolverá os graves problemas nacionais?

CONTRAPONTO

Café pequeno

Pouco mais de uma semana depois de o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, ter feito pesada crítica aos governadores tucanos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa encontraram-se com o primeiro-casal paulista, Geraldo Alckmin e Maria Lúcia.
Os quatro estiveram presentes à inauguração de uma fábrica de café solúvel em Araras. Durante seu discurso, anterior ao do presidente, Alckmin procurou desfazer um certo clima de desconforto que tomava conta do palanque em conseqüência das declarações de Dirceu.
Nascido em Pindamonhangaba, o governador tucano lembrou que faz parte da tradição do interior do Estado "passar um cafezinho" para as visitas:
-Mas, quando se trata do presidente e da primeira-dama, os paulistas gostam de exagerar. Em fez do cafezinho, a gente entrega logo uma fábrica inteira.


Próximo Texto: Retórica oficial: Lula ataca FHC e admite que pode não cumprir promessas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.