Ministro assume direção da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e diz que relação com Lula está "ótima"

Substituição tem o aval do presidente, afirma o peemedebista; empresa era controlada por petistas desde primeiro mandato

DA REPORTAGEM LOCAL

Contemplado nesta semana com a direção da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está cumprindo todos os acordos assumidos com o PMDB e que o relacionamento com o Planalto e o petista está "ótimo".
O PMDB reivindica o direito de assumir os principais postos de segundo escalão dos ministérios que administra -Comunicação, Agricultura, Integração Nacional, Saúde e Minas e Energia- o que está colocando o partido em rota de colisão com o PT.
Principal braço operacional da Integração Nacional, a Codevasf, considerada estratégica no Nordeste, está com o PT desde o início do primeiro mandato de Lula, ainda que o ministro da Integração Nacional fosse Ciro Gomes (PSB)
Luiz Carlos Everton de Farias, o atual presidente, foi indicado pelo governador do Piauí, o petista Wellington Dias. Modelo semelhante foi implantado pelo PT em outros ministérios, como Transportes.
"Liguei para o governador e expliquei o que pretendia. Foi tudo feito de comum acordo", disse o ministro. Segundo ele, ainda não está decidido quem assumirá a empresa.
Para Geddel, a relação de Lula com o PMDB está "ótima" e o partido continuará em negociações para ampliar espaços no governo, desde que embasado em projetos técnicos e "sem dar cotovelada em ninguém". Sobre sua pasta, o ministro diz que as negociações com o Planalto estão "muito tranqüilas".
O ministro afirma que a direção da empresa terá papel fundamental nos projetos que pretende implantar na pasta, entre eles a polêmica transposição do rio São Francisco.
Ainda segundo Geddel, a autorização para a substituição na empresa foi dada a ele pelo próprio presidente Lula.
Dentre os trunfos que o PMDB tem para pedir mais poder a Lula está a CPI do Apagão Aéreo, que deverá ser instalada pelo Supremo. O Planalto e o PT precisarão dos peemedebistas se quiserem controlar a comissão e evitar um desgastes do governo e da Infraero.

Problemas em SP
Em São Paulo, o PMDB quer assumir a direção da Ceagesp, a principal central de abastecimento da capital.
O mesmo interesse tem o ex-presidente da Câmara dos Deputados, reeleito, João Paulo Cunha, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, e o ex-ministro José Dirceu.
A Ceagesp está subordinada ao Ministério da Agricultura. ""É natural que o PT queira ocupar postos importantes em São Paulo. Fizemos um estudo do que seria estratégico", diz o secretário-geral do partido em São Paulo, o vereador da capital João Antonio.
Ele, no entanto, ressalta que eventuais disputas com aliados por espaço não poderão atrapalhar o governo Lula.


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