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CASO CC5
Ex-prefeito nega irregularidades
Em novo depoimento, Pitta não fala de contas
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta depôs ontem no Ministério Público Estadual, mas não falou sobre a existência de contas
no exterior. Segundo os promotores Sérgio Turra Sobrane e Silvio
Marques, que o ouviram, acompanhados do promotor Saad Mazloum, Pitta negou, de maneira
genérica, que tivesse praticado alguma irregularidade quando foi
secretário municipal das Finanças
(1993-96) e prefeito (1997-2000).
A Folha revelou, nesta semana,
que documentos enviados pelos
promotores à CPI do Banestado,
no Congresso, mostram que US$
930 mil depositados numa conta
na Suíça que tinha Pitta como beneficiário foram transferidos para
um banco em Guernsey (paraíso
fiscal do canal da Mancha) e, de lá,
repassados para outro banco em
Vaduz, capital de Liechtenstein.
"Ao contrário do que, talvez, a
maioria das pessoas esperasse, eu
não fiquei em silêncio [no depoimento]", afirmou Pitta. "Fiz declarações, só que não vou adiantar à imprensa porque são de propriedade do Ministério Público."
Na terça-feira, na CPI do Banestado, o ex-prefeito valeu-se do direito ao silêncio e não respondeu
às questões. Após um bate-boca
com o presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros
(PSDB-MT), foi detido por desacato, mas liberado em seguida.
Os promotores afirmaram que
Pitta não falou sobre contas no
exterior. "Ele não quis responder
enquanto os advogados não analisarem os documentos", disse
Silvio Marques. Segundo os promotores, as declarações de Pitta
encerram a fase de depoimentos.
"Temos grande quantidade de
provas, e era importante ouvi-lo
para que se defendesse das graves
acusações", afirmou Marques.
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