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MÁQUINA PARADA
Paralisação já compromete funcionamento de 18 unidades; outras 6 vão aderir ao movimento na segunda
Greve do Incra cresce e atinge mais 3 Estados
EDUARDO SCOLESE
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A greve dos servidores do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) atingiu
ontem mais três superintendências do órgão. Com isso, das 29
unidades espalhadas pelo país
(uma em cada Estado, sendo duas
em Pernambuco e duas no Pará),
18 já estão paradas e outras 6 decidiram fazer o mesmo na segunda.
A estimativa foi feita pelo Incra
e pelas lideranças dos grevistas.
Até a tarde de anteontem, funcionários de 15 superintendências
haviam parado, enquanto os de
outras 5 prometiam cruzar os
braços na semana que vem. A greve começou no início da semana.
Dos 5.251 servidores do órgão,
4.739 estão lotados, além da sede
em Brasília, nas 24 superintendências que já definiram pela greve, o que equivale a 90% do quadro. O Incra não tem uma estimativa da paralisação por unidade.
Até agora, só AP, ES, RN, RR e
TO não sinalizaram por greve.
Devem fazer assembléias somente na semana que vem. Ontem, o
presidente do Incra, Rolf Hackbart, apresentou ao ministro Luiz
Dulci (Secretaria Geral da Presidência) um plano de carreira.
"Para nós é importante encaminhar imediatamente [um plano
de carreira] para o fortalecimento
do Incra. Nós precisamos deles
[dos funcionários] para realizar o
nosso Plano Nacional de Reforma
Agrária", disse Hackbart.
Anteontem, o ministro Miguel
Rossetto (Desenvolvimento
Agrário) já havia afirmado que a
greve "atrapalha" e cria "grandes
dificuldades" para a execução da
meta. Até dezembro, o governo
promete assentar 115 mil famílias,
sendo 47 mil até o final de junho.
No primeiro trimestre, assentou
11 mil. No ano passado, Lula lançou uma meta de 60 mil famílias,
mas só assentou 36 mil. Com a
greve, a distribuição de cestas básicas às famílias acampadas também deve ser prejudicada.
Na próxima terça-feira, Hackbart e Rossetto se encontram com
o ministro Guido Mantega (Planejamento) para tratar do plano
de carreira do Incra. Além disso,
os grevistas pedem a reestruturação da autarquia e a recomposição da força de trabalho.
Sobre reposição salarial, as discussões devem começar na semana que vem, ao lado de servidores
de outros órgãos. Em princípio,
querem que o salário para cargos
de nível superior, em final de carreira, chegue a R$ 4.000. Hoje, está
em R$ 1.800.
O governo deve encaminhar
hoje ao Congresso um projeto de
lei que estabelece uma gratificação de 30% referente ao desempenho dos funcionários, para os
procuradores da Fazenda, carreiras de advogado da União, procurador federal e procuradores dos
bancos Central e do Brasil.
O Ministério da Justiça informou, no início da noite de ontem,
que a Justiça deu liminares que
permitem o desconto dos dias parados dos grevistas da Polícia Federal em mais sete Estados -RJ,
MG, AC, AM, GO, MA e TO. Já estava garantido o corte de ponto
em três Estados -RN, PE e SP (a
partir de junho)- e no DF.
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