São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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Zoghbi não confirma denúncia contra Agaciel

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de ouvir por quatro horas o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi e sua mulher, Denise, o diretor da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo, descartou ouvir o ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia.
Zoghbi e sua mulher haviam dito à revista "Época", sem apresentar provas, que Agaciel seria sócio de empresas terceirizadas do Senado. No depoimento de ontem, eles não confirmaram as denúncias.
"Ambos confirmaram que não fizeram nenhum tipo de acusação, de insinuação de ilegalidade", disse o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende o casal.
O diretor da Polícia Legislativa disse que, como o depoimento "não trouxe nada de novo, não vê necessidade em ouvir Agaciel e os dois senadores".
O casal também não foi questionado sobre o fato de terem usado uma babá como laranja de uma empresa que faz intermediações com financeiras no Senado, fato também revelado pela revista.
O Ministério Público Federal do Distrito Federal investiga a denúncia contra Zoghbi. O procurador Gustavo Peçanha Velloso deve anunciar até amanhã se irá abrir um inquérito policial -neste caso ele pode requisitar a entrada da Polícia Federal no caso.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu ontem a investigação pela polícia do Senado. "Acho que é o momento de a Casa demonstrar que temos o desejo, a competência, a energia para proceder dessa maneira."
A Folha apurou que a cúpula do Senado tenta evitar a investigação fora da Casa por temer perder o controle.

Hora extra
O Senado publicou novas regras para o cumprimento de hora extra pelos servidores. O ato "veda a realização de serviços extraordinários durante o recesso parlamentar", salvo se for por meio de decisão "fundamentada do primeiro-secretário para atendimento de situações excepcionais."
A Folha revelou que, em janeiro deste ano, mês em que a Casa estava em recesso e quando não houve sessões, reuniões e nenhuma atividade parlamentar, 3.883 servidores receberam hora extra. A despesa total para os cofres públicos foi de R$ 6,2 milhões.
Na ocasião, o pagamento foi considerado "absurdo" por José Sarney, que recomendou a devolução do dinheiro -30 dos 81 senadores já determinaram aos seus servidores que devolvessem o recurso.
De acordo com o ato do Senado, servidores que trabalham fora de Brasília não poderão mais fazer hora extra.
Com as novas regras, somente um terço dos servidores de cada unidade (gabinetes e outros órgãos da Casa) poderão fazer hora extra.


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