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Zoghbi não confirma denúncia contra Agaciel
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de ouvir por quatro
horas o ex-diretor de Recursos
Humanos do Senado João Carlos Zoghbi e sua mulher, Denise, o diretor da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo,
descartou ouvir o ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia.
Zoghbi e sua mulher haviam
dito à revista "Época", sem
apresentar provas, que Agaciel
seria sócio de empresas terceirizadas do Senado. No depoimento de ontem, eles não confirmaram as denúncias.
"Ambos confirmaram que
não fizeram nenhum tipo de
acusação, de insinuação de ilegalidade", disse o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende o casal.
O diretor da Polícia Legislativa disse que, como o depoimento "não trouxe nada de novo,
não vê necessidade em ouvir
Agaciel e os dois senadores".
O casal também não foi questionado sobre o fato de terem
usado uma babá como laranja
de uma empresa que faz intermediações com financeiras no
Senado, fato também revelado
pela revista.
O Ministério Público Federal
do Distrito Federal investiga a
denúncia contra Zoghbi. O procurador Gustavo Peçanha Velloso deve anunciar até amanhã
se irá abrir um inquérito policial -neste caso ele pode requisitar a entrada da Polícia Federal no caso.
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), defendeu
ontem a investigação pela polícia do Senado. "Acho que é o
momento de a Casa demonstrar que temos o desejo, a competência, a energia para proceder dessa maneira."
A Folha apurou que a cúpula
do Senado tenta evitar a investigação fora da Casa por temer
perder o controle.
Hora extra
O Senado publicou novas regras para o cumprimento de
hora extra pelos servidores. O
ato "veda a realização de serviços extraordinários durante o
recesso parlamentar", salvo se
for por meio de decisão "fundamentada do primeiro-secretário para atendimento de situações excepcionais."
A Folha revelou que, em janeiro deste ano, mês em que a
Casa estava em recesso e quando não houve sessões, reuniões
e nenhuma atividade parlamentar, 3.883 servidores receberam hora extra. A despesa
total para os cofres públicos foi
de R$ 6,2 milhões.
Na ocasião, o pagamento foi
considerado "absurdo" por José Sarney, que recomendou a
devolução do dinheiro -30 dos
81 senadores já determinaram
aos seus servidores que devolvessem o recurso.
De acordo com o ato do Senado, servidores que trabalham fora de Brasília não poderão mais fazer hora extra.
Com as novas regras, somente um terço dos servidores de
cada unidade (gabinetes e outros órgãos da Casa) poderão
fazer hora extra.
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