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SUCESSÃO
Documento será votado em reunião nacional do partido; ala de Lula pressiona "esquerda' e diretório do Rio
Presidentes do PT pedem saída de Palmeira
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
O grupo de
Luiz Inácio Lula
da Silva conseguiu o apoio de
19 presidentes
estaduais de diretórios do partido para o pedido de anulação do
lançamento da candidatura de
Vladimir Palmeira (PT) ao governo fluminense.
O documento dos dirigentes será
votado amanhã ou sábado na reunião do Diretório Nacional do PT.
A retirada de Palmeira é exigida
por Lula para manutenção de sua
candidatura presidencial.
Lula quer apoiar o pedetista Anthony Garotinho no Rio para encorpar seu palanque com a presença de Leonel Brizola (PDT).
O texto assinado pelos presidentes estaduais representa mais um
lance da ala de Lula e José Dirceu
para encurralar Palmeira e as correntes da "esquerda" do PT, que
bancam a decisão do diretório do
Rio de lançar candidatura própria
ao governo daquele Estado.
Diretórios importantes do PT,
no entanto, não endossaram a exigência de Lula. No Rio Grande do
Sul, já houve manifestação da instância partidária estadual a favor
de Palmeira. Em Minas, a direção
local ainda não tomou posição.
No texto dos dirigentes contra a
decisão do diretório do Rio, os signatários dizem que a candidatura
própria atropelou decisão da última convenção nacional do PT que
subordina os interesses regionais à
necessidade de construir uma ampla aliança em torno de Lula.
Lula tem maioria apertada para
vencer no diretório, mas a última
palavra ficará com a convenção
nacional, que deve ser marcada
para os dias 22 e 23 de maio.
Palmeira afirmou ontem que está negociando com Anthony Garotinho, candidato do PDT, o
apoio mútuo, caso um dos dois vá
para o segundo turno das eleições.
Garotinho, segundo sua assessoria, confirmou que procurou Palmeira e que ambos conversaram
ontem por telefone.
Na conversa, Garotinho teria dito a Palmeira que é contra uma intervenção da direção nacional do
PT no Rio e que uma eventual candidatura do petista "não irá alterar o rumo de sua campanha".
Para Palmeira, o ideal seria, no
primeiro turno, ambos terem
campanhas separadas, com a participação de Lula, o que poderia
resolver a atual crise entre as direções nacional e fluminense do PT.
Para Garotinho, o mais importante é o combate contra "os inimigos comuns" -os candidatos
César Maia (PFL) e Marcello Alencar (atual governador do PSDB).
A vereadora Jurema Batista
(PT-RJ), candidata ao Senado na
chapa que venceu a convenção regional do partido, afirmou ontem
que não fará campanha para Garotinho, caso o diretório nacional
do PT decida anular o resultado da
convenção do Rio.
O PT no Rio é dividido em três
grupos principais: a Articulação
(que é contra ter candidato próprio no Rio), a Refazendo (a favor
da candidatura de Palmeira) e grupos independentes.
A vereadora disse que não aceitará uma candidatura para o Senado em uma eventual chapa com o
PDT. "Eu fui eleita pela convenção e não vou aceitar uma indicação do diretório nacional para outra chapa."
Palmeira disse que a decisão dela
deve influenciar o diretório nacional e mostra a unificação da base
do partido no Estado.
Hoje, o grupo do PT que apóia
Palmeira fará uma plenária na sede do Sindicato dos Metroviários
para definir os tópicos do programa de governo e para organizar a
campanha eleitoral.
Colaborou
Felipe Werneck da Sucursal do Rio
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