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Lula diz que país pobre
tem que parar de chorar
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ALTO ARAGUAIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva criticou ontem em Alto
Araguaia (426 km de Cuiabá) a
posição dos "países mais pobres"
que adotam uma postura de
"chorar" para as nações mais ricas da Europa e Estados Unidos.
Lula elogiou a "capacidade agrícola" do Brasil e pediu indiretamente aos sem-terra e agricultores paciência até o governo fazer
uma reforma agrária "tranquila"
e "sem violência" no campo.
"Eu notei que os governantes
dos países mais pobres passam o
tempo inteiro reclamando que os
Estados Unidos não dão para nós
aquilo que achamos que temos
direito", afirmou Lula.
"Uma outra parte do país passa
o tempo inteiro reclamando que a
Europa não faz por nós aquilo que
nós gostaríamos que ela fizesse",
acrescentou em referência à Rússia, à Índia, à África do Sul, à Argélia, ao México e ao Brasil.
Durante o discurso, Lula disse
que os brasileiros precisam compreender que "não adianta ficar
chorando para a União Européia
reduzir o subsídios que ela dá para seus agricultores".
O presidente também afirmou
que é inútil o apelo ao governo
norte-americano, que estaria incentivando a produção de álcool
de milho três vezes mais caro em
relação ao produzido a partir da
cana-de-açúcar no Brasil.
"Por que não comprar de nós?
Primeiro, porque ele [o presidente dos Estados Unidos, George W.
Bush] precisa se reeleger lá e, segundo, manter a agricultura deles
funcionando", disse.
Na avaliação de Lula, foi uma
conquista para a América Latina a
participação dele esta semana na
Suíça no grupo do G8, que reúne
os sete países mais ricos: Estados
Unidos, Reino Unido, Itália,
França, Alemanha, Canadá e Japão, além da Rússia, por sua importância geográfica e política.
"Ninguém respeita negociador
que chora ou que anda de cabeça
baixa", afirmou. O presidente
afirmou também que, durante os
trabalhos do G8, teve uma série de
reuniões com os governantes da
China, da Rússia, da Índia, da
África do Sul e da Argélia.
Lula comentou que pediu união
aos países para fazer a mesma política de relações com os países
mais ricos. "Certamente não seríamos nós chorando para eles
baixarem o subsídio. Seriam eles
que viriam atrás de nós para oferecer os seus mercados", avaliou.
Sobre o crescimento econômico
do Brasil, Lula disse que uma
"vontade coletiva" trará desenvolvimento ao país. "Tem o povo
apostando, tem uma classe empresarial que está com a convicção que este país não pode parar".
(HUDSON CORRÊA)
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