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VIAGEM PRESIDENCIAL
Em Rondonópolis, presidente culpa "guerra do papel" pela não-liberação de R$ 5,4 bilhões para habitação
Burocracia retarda ação do governo, diz Lula
LEILA SUWWAN
ENVIADA ESPECIAL A RONDONÓPOLIS (MT)
Em um discurso marcado pela
preocupação em pedir paciência e
explicar a demora do governo em
mostrar resultados, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva culpou a
burocracia -chamada de "guerra do papel"- pela não-liberação
dos R$ 5,4 bilhões prometidos em
fevereiro para habitação, mas disse que é preciso respeitar os trâmites para evitar acusações de irregularidades.
Lula discursou de improviso
para cerca de 4 mil pessoas ontem
pela manhã no lançamento das
obras de 200 casas populares em
Rondonópolis (MT).
"Entre o presidente ou o governador anunciar e esse dinheiro
chegar onde precisa, tem um tempo porque tem uma guerra do papel", disse Lula sobre os recursos.
"Isso passa por tantas mãos para
ser assinado e não tem como ser
diferente, porque se a gente não
respeitar a estrada dos papéis e da
burocracia o Tribunal de Contas
vem e diz que a gente está cometendo um ato ilícito."
O presidente também citou a
necessidade de redução da taxa de
juros, tema preferencial das críticas do vice-presidente José Alencar. "Vamos mostrar que vai ser
por meio das cooperativas de crédito que a gente vai reduzir as taxas de juros nesse país", disse.
Lula afirmou que está se esforçando ao máximo, que as árvores
que está plantando demoram a
dar frutos e que fala sempre a verdade para o povo, mesmo quando
ela dói ou suscita xingamentos.
Lula falou de um enorme palanque e foi interrompido por aplausos 13 vezes. A infra-estrutura
montada pela prefeitura para receber o presidente custou R$ 30
mil, o suficiente para construir
três casas populares no local.
Para desmanchar a imagem de
imobilismo, o presidente lembrou que lança até o fim deste mês
dois programas estratégicos do
governo: Primeiro Emprego e
Cooperativas de Crédito. Lula
também prometeu construir a rodovia Cuiabá-Santarém. Para ele,
é responsabilidade do governo
construir casas para as famílias
que têm renda inferior a meio salário mínimo. Lula culpou seus
antecessores pelo déficit habitacional de 6 milhões de famílias
que "se deixou juntar" no país.
"Nós queremos passar para a
História pelas coisas boas que a
gente fizer neste país, e eu não tenho dúvida de que vamos fazer,
porque o Blairo quando terminar
o mandato dele, não vai poder
morar em Paris, porque ele tem a
lavoura dele para cuidar. E eu não
vou poder morar em Londres, eu
tenho que ficar em São Bernardo,
na frente da peãozada que trabalhou comigo a vida inteira".
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