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Painel
Lugar na mesa
Na terça-feira da semana passada, ao final de encontro da comissão política criada no PT para cuidar da
campanha de Lula, Bruno Maranhão avisou aos colegas: "Na próxima semana eu não venho. Tenho outro
compromisso". Ontem se soube qual era. Os demais
integrantes da comissão petista, que estava reunida
enquanto rolava a depredação na Câmara, receberam
os primeiros informes de Doutor Rosinha (PR), deputado da chamada esquerda do partido.
Secretário de Movimentos Populares, o líder do
MLST é problema maior do que sugerem as primeiras
declarações da direção petista. Maranhão não apenas
tem assento no grupo que trata da reeleição, mas freqüentava o palácio e já dormiu na Granja do Torto.
PCC do Lula 1. Tucanos e
pefelistas se revezaram ontem na tribuna para reforçar a
associação entre a invasão, o
PT e o presidente da República. "O episódio terá, para ele, o
efeito nocivo que a crise da segurança em São Paulo teve
para nós", dizia um senador.
PCC do Lula 2. A depredação da Câmara é vista por
aliados de Alckmin como
chance de tirar o pé do atoleiro, reforçado ontem pelo Ibope que deu Lula empatado
com o tucano em São Paulo.
Camomila. Enquanto o
pau quebrava no Salão Verde,
o veterano de greves e piquetes Vicentinho (PT-SP) navegava na Internet no cafezinho. Mais tarde, quando oradores disputavam microfones, o deputado tomava uma
xícara de chá sozinho na última fileira do plenário.
Disco voador. Teoria lançada por Miro Teixeira (PDT-RJ) e defendida por Jandira
Feghali (PC do B-RJ): os invasores seriam, na verdade,
"provocadores de extrema-direita" infiltrados no movimento dos sem-terra.
Estilo Aldo. Manchete do
site da Câmara horas depois
da depredação: "Aldo mantém a Câmara aberta a movimentos". No texto, o presidente "garante" que a invasão
não será "pretexto" para afastar a Casa das lutas sociais.
Gabinete virtual. O deputado cassado José Dirceu
aguardava embarque para
Brasília, ontem em Congonhas, analisando uma pilha de
pleitos de petistas abrigada
em pasta da Câmara.
Alta. O mensaleiro José Janene (PP-PR), que não depôs
no seu processo de cassação
alegando estar convalescendo, conversava animado com
o presidente do seu partido, o
cassado Pedro Corrêa (PE),
também em Congonhas.
Pique-pique. O programa
de TV do PFL será baseado no
aniversário de um ano do
mensalão. Haverá trechos da
denúncia do Ministério Público, fotos dos mensaleiros
com Lula e, a toda hora, a frase: "E ele não sabia de nada."
Pressão. Jorge Bornhausen
entregou ontem a Alckmin
pesquisa GPP sobre a sucessão no Rio. O presidenciável
tucano disse que o partido está conversando com Eduardo
Paes, candidato no Estado, sobre a possibilidade de acordo
com o PPS e o PFL.
Tentativa. Paes, isolado,
procurou Fernando Gabeira
para oferecer a vaga para o Senado ao PV. O deputado agradeceu, mas disse que a aliança
com Denise Frossard, candidata do PPS, é mais viável.
Fosfosol. Do presidente do
PT, Ricardo Berzoini, a Raul
Jungmann (PPS-PE), que o
acusou de confundir realidade e fantasia ao negar o mensalão: "Ele, sim, fez parte de
um governo que abafou os pedidos de CPI. Quem precisa
refrescar a memória é ele."
Tiroteio
A desculpa do PT será a de sempre: alguns
erraram. Todo mundo erra no PT, mas o PT
nunca erra. Se não expulsaram os mensaleiros,
também não vão expulsar o Bruno Maranhão.
De JOSÉ JORGE (PFL-PE), senador e candidato a vice na chapa do tucano
Geraldo Alckmin, sobre a invasão da Câmara por integrantes do MLST
liderados por um membro da Executiva Nacional petista.
Contraponto
Padrinho de ocasião
Ainda como governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
visitava o centro da pequena cidade de Lucélia acompanhado do deputado estadual Rodolfo Costa e Silva, também do PSDB, quando passou em frente à Igreja Matriz.
-O senhor não vai entrar, não é, governador? Está tendo casamento- avisou o parlamentar.
-Não tem problema, Rodolfo- respondeu Alckmin.
O aliado ainda tentou detê-lo:
-Governador, mas está todo mundo arrumado lá dentro, todos de terno e gravata.
Alckmin, católico praticante, insistiu:
-Não tem problema, Rodolfo.
Ele entrou na igreja, fez o sinal da cruz e seguiu rumo
ao altar. Ao se aproximar, foi recebido com simpatia por
pais e padrinhos que esperavam a noiva atrasada. E não
teve dúvida: colocou-se ao lado deles para sair na foto.
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