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Leniência de Lula encoraja depredações, diz Alckmin
Tucano critica presidente por receber lideranças dos sem-terra no Planalto
Presidenciável afirma que
invasão foi provocada pela falta de autoridade do governo, que não reprime quem age à margem da lei
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável do PSDB,
Geraldo Alckmin, atribuiu ontem a invasão e depredação da
Câmara dos Deputados à "leniência e falta de autoridade"
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que "acaba estimulando esse tipo de comportamento" ao receber líderes dos sem-terra no Planalto.
"É resultado da falta de autoridade do governo, resultado de
leniência no cumprimento lei.
É lamentável que um dos líderes desse movimento seja o secretário nacional do PT [Bruno
Maranhão]. É resultado do estímulo do próprio governo federal a esse tipo de movimento,
inclusive do presidente da República, recebendo lideranças
desse movimento", disse.
Ao chegar a Brasília, à tarde,
o tucano tratou do assunto em
reunião com o presidente do
PFL, Jorge Bornhausen (SC), e
os senadores Heráclito Fortes
(PFL-PI) e José Jorge (PFL-PE). "Isso é resultado da falta
do governo em colocar de maneira clara uma posição de autoridade, de cumprimento da
lei, e ir contra pessoas que
agem à margem da lei. Mas o
governo, ao invés de agir dessa
forma, acaba estimulando esse
tipo de comportamento e esses
movimentos", disse Alckmin.
O tucano classificou o MLST
(Movimento pela Libertação
dos Sem Terra) como um grupo
que "age às margens da lei". "Se
queremos uma democracia e
temos apreço pela democracia,
temos de exigir o cumprimento
da lei. Não é possível tolerar
movimentos que agem à margem da lei, e que o próprio presidente da República ainda receba movimentos, pessoas ligadas ao partido do presidente,
dando esse exemplo", disse.
Alckmin ainda afirmou que a
depredação era um "acinte à
sociedade brasileira". Indicado
para vice de Alckmin, José Jorge afirmou que Lula "deve explicações à nação" porque Bruno Maranhão "não é um desconhecido": "Eles já foram recebidos pelo presidente Lula".
O senador Jorge Bornhausen
(PFL-SC) disse que Lula incentivou a violência ao colocar o
boné do MST em 2003: "Do boné à invasão violenta da Câmara, não se passaram apenas três
anos, mas ocorreu uma escalada de rendições, concessões, leniência, chantagens, saques, invasões de propriedade e depredações de prédios públicos".
Campanha
Miguel Reale Júnior, advogado e ex-ministro da Justiça de
Fernando Henrique Cardoso,
será o responsável pelo comitê
financeiro da campanha de
Alckmin, como antecipou a Folha. Convidado pelo tucano, ele
aceitou numa conversa na segunda-feira, em São Paulo. Ele
deverá indicar outros integrantes da coordenação.
Também cogitado para a função, o ex-secretário de Justiça
Belisário dos Santos Júnior não
pôde integrar o comitê por ser
dirigente de uma ONG que
acompanha gastos públicos. A
montagem do comitê só poderá
ser formalizada quatro dias
após a convenção, que acontecerá no próximo domingo.
Colaborou CATIA SEABRA , da Reportagem
Local
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