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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ O PUBLICITÁRIO
Contratos fechados nas gestões tucanas na Presidência e em Minas Gerais foram questionados em depoimento; oposição protestou
Petistas tentam ligar publicitário a FHC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em suas intervenções, os petistas tentaram direcionar o depoimento do publicitário Marcos
Valério de Souza para contratos
estabelecidos com o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e com administrações tucanas em Minas Gerais. A tentativa
de desviar o foco da gestão petista
motivou protestos da oposição.
Além dos contratos das agências das quais Valério é sócio com
os ministérios dos Esportes e do
Trabalho, o Banco do Brasil e a
Eletronorte, firmados no governo
FHC, foram citados os negócios
do publicitário com o governo de
Minas na gestão do hoje senador
Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Ele também presta serviços para o
governo de Aécio Neves (PSDB).
Azeredo, o vice-governador
Clésio Andrade e Valério respondem a processo no STF (Supremo
Tribunal Federal) por improbidade administrativa devido a cotas
de patrocínio destinadas pelas estatais Comig e Copasa a três eventos realizados pela SMPB, da qual
o publicitário é sócio.
"Não posso dizer que isso prova
relação inadequada de Valério
com o PSDB porque o processo
ainda não transitou em julgado.
Também não devo fazer isso para
não alimentar um ambiente de
denuncismo", disse o deputado
Henrique Fontana (PT-RS).
Azeredo, que hoje é presidente
do PSDB, distribuiu nota em que
afirma que as estatais possuem
autonomia financeira, e que a
SMPB é detentora legal dos três
eventos: Iron Bike, Campeonato
Mundial de Super Cross e Enduro
da Independência.
"O processo iniciado pelo Ministério Público Estadual alega
suposta improbidade administrativa pelo fato de não ter havido licitação ou contrato administrativo no patrocínio. Ora, para patrocínio não há exigência legal de licitação", afirma a nota.
A insistência de Fontana provocou a reação do secretário-geral
do PSDB, deputado Bismarck
Maia (CE). "Isso é provocação!",
gritava o tucano. "Ninguém vai
me calar!", reagia o petista.
"Puxar esse negócio para FHC é
uma fraude", disse o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), que fez
um desagravo a Azeredo. O próprio Valério saiu em defesa do
presidente do PSDB. "Tenho até
medo de falar bem de alguém
atualmente, mas endosso [a declaração do senador Sérgio Guerra]."
(FK e CG)
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