São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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Propina a diretor deflagrou maior crise do governo

DA REDAÇÃO

O uso político da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos deflagrou a mais grave crise do governo Lula. O escândalo veio a tona em maio de 2005, com a divulgação de gravação que flagrou o ex-funcionário Maurício Marinho recebendo R$ 3.000 de propina. No vídeo, ele citou o então deputado petebista Roberto Jefferson.
Três semanas após a acusação, em entrevista à Folha, Jefferson denunciou o mensalão -mesada de R$ 30 mil do PT a deputados do PP e do PL em troca de apoio ao governo- e disse que os operadores eram o publicitário Marcos Valério e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
À CPI dos Correios Marinho lançou suspeita sobre ingerência em contratos da estatal. A comissão concluiu que Jefferson quis estabelecer "rede de influência (...) baseada na indicação política para a ocupação de cargos com vistas à captação de recursos para financiamento eleitoral". O ex-deputado é acusado de crime eleitoral, crime contra a ordem tributária e corrupção passiva. Marinho foi acusado por corrupção passiva.
O Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU) detectaram prejuízo de pelo menos R$ 121 milhões na estatal, concentrados na área de transporte aéreo de cargas e aquisição de produtos e serviços de informática. Os dirigentes envolvidos no escândalo, supostamente ligados ao esquema político do PTB, foram afastados no ano passado.


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