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Lula prepara retorno de Rondeau para o ministério
Walfrido liga para ex-ministro, cuja volta depende da denúncia do Ministério Público
Presidente, que vê falta de provas contra Rondeau, deve convidá-lo para reassumir Minas e Energia se ele não for denunciado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pedido do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, o ministro
Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) telefonou
ontem para Silas Rondeau, o
ex-ministro de Minas e Energia
que pediu demissão depois de
ser apontado pela Polícia Federal como beneficiário de uma
propina de R$ 100 mil da empreiteira Gautama.
O telefonema é mais uma sinalização do desejo do presidente de reconduzir Rondeau
ao cargo. A auxiliares Lula tem
avaliado que não há provas de
que seu ex-ministro tenha cometido algum ato ilícito.
No telefonema, Walfrido não
teria feito nenhum convite formal sobre um eventual retorno
de Silas ao governo. Uma decisão nesse sentido dependeria
de uma "conclusão oficial" do
caso por parte da Polícia Federal ou do Ministério Público.
O presidente Lula deverá
aguardar a denúncia do Ministério Público a respeito da investigações feitas pela Operação Navalha a fim de tomar a
decisão final sobre a recondução de Rondeau ao comando da
pasta das Minas e Energia.
Se Rondeau não for denunciado, Lula o convidará para
reassumir o ministério. Na semana passada, Tarso Genro
(Justiça) e Walfrido defenderam Rondeau publicamente.
Indícios
A PF e o Ministério Público
Federal consideram que há fortes indícios de envolvimento de
Silas Rondeau nas fraudes em
licitações e obras públicas investigadas na Operação Navalha, mas ainda não têm elementos suficientes para oferecer a
denúncia criminal contra ele.
As subprocuradoras-gerais
da República Célia Regina Delgado e Lindôra Araújo, que preparam a denúncia, examinam
documentos apreendidos e laudos de perícias com o objetivo
de reunir evidências que fortaleçam a acusação e garantam a
abertura da ação penal.
Ao contrário do que afirmou
ontem Tarso, a participação de
Rondeau ainda está sob suspeita. Conforme a Folha apurou, a
Procuradoria não descarta o
envolvimento de nenhum dos
cerca de 40 investigados.
A denúncia será enviada ao
STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde tramita o inquérito
dessa operação, porque esse é o
foro de governadores, também
envolvidos no escândalo.
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