São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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Dois ex-presidentes da UNE recebem indenização da Comissão de Anistia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois ex-presidentes da UNE (União Nacional dos Estudantes) receberam ontem direito a indenizações mensais da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Jean Marc Von der Weid, presidente da UNE entre 1969 e 1970, recebeu o direito a uma indenização de R$ 6.221,71 mensais. Ele foi exonerado de cargo de técnico do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) em 1981. Embora a demissão tenha ocorrido depois da anistia de 1979, a comissão considerou que ela ocorreu por razões políticas.
Weid, no entanto, anunciou que vai recorrer da decisão. Ele disse querer um valor em torno de R$ 10 mil, já que diz acreditar que teria alcançado um cargo mais elevado se tivesse permanecido na instituição.
Já o ex-deputado Aldo Arantes (PC do B-GO), presidente da UNE em 1961 e 1962, teve a pensão como aposentado do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) aumentada de R$ 1.600 para R$ 10.497,50.
Ele foi exonerado do órgão em 1964 e readmitido em 1987, para se aposentar quatro anos depois. A comissão considerou que ele poderia ter sido promovido caso não tivesse sido exonerado. Membro da organização Ação Popular, Arantes foi preso e torturado em 1976.

Protesto
Após a sessão, que ocorreu na UnB (Universidade de Brasília), Arantes não seguiu com os estudantes que o homenagearam para uma passeata em que eles pediram a cabeça do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, seu primo. Afirmou que iria para uma reunião em São Paulo.
A passeata reuniu ontem 8.000 pessoas, segundo a UNE, ou 4.000, de acordo com a Polícia Militar.
Os estudantes partiram da Esplanada dos Ministérios para o Banco Central, onde pediram a demissão do presidente do órgão, a quem atribuem a responsabilidade pela atual política econômica. Receberam apoio de alguns funcionários da instituição, que jogaram papel picado pela janela do banco.
Alguns militantes jogaram bexigas carregadas com tinta em direção ao prédio. Após o protesto, o presidente da UNE, Gustavo Petta, e uma comissão iriam ao Palácio do Planalto protocolar uma carta pedindo a anulação do leilão da Vale do Rio Doce.
(ANGELA PINHO)


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