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Dois ex-presidentes da UNE recebem indenização da Comissão de Anistia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois ex-presidentes da
UNE (União Nacional dos Estudantes) receberam ontem
direito a indenizações mensais da Comissão de Anistia do
Ministério da Justiça.
Jean Marc Von der Weid,
presidente da UNE entre 1969
e 1970, recebeu o direito a
uma indenização de R$
6.221,71 mensais. Ele foi exonerado de cargo de técnico do
Serpro (Serviço Federal de
Processamento de Dados) em
1981. Embora a demissão tenha ocorrido depois da anistia
de 1979, a comissão considerou que ela ocorreu por razões
políticas.
Weid, no entanto, anunciou
que vai recorrer da decisão.
Ele disse querer um valor em
torno de R$ 10 mil, já que diz
acreditar que teria alcançado
um cargo mais elevado se tivesse permanecido na instituição.
Já o ex-deputado Aldo
Arantes (PC do B-GO), presidente da UNE em 1961 e 1962,
teve a pensão como aposentado do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) aumentada de
R$ 1.600 para R$ 10.497,50.
Ele foi exonerado do órgão
em 1964 e readmitido em
1987, para se aposentar quatro anos depois. A comissão
considerou que ele poderia
ter sido promovido caso não
tivesse sido exonerado. Membro da organização Ação Popular, Arantes foi preso e torturado em 1976.
Protesto
Após a sessão, que ocorreu
na UnB (Universidade de Brasília), Arantes não seguiu com
os estudantes que o homenagearam para uma passeata em
que eles pediram a cabeça do
presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, seu primo. Afirmou que iria para
uma reunião em São Paulo.
A passeata reuniu ontem
8.000 pessoas, segundo a
UNE, ou 4.000, de acordo
com a Polícia Militar.
Os estudantes partiram da
Esplanada dos Ministérios
para o Banco Central, onde
pediram a demissão do presidente do órgão, a quem atribuem a responsabilidade pela
atual política econômica. Receberam apoio de alguns funcionários da instituição, que
jogaram papel picado pela janela do banco.
Alguns militantes jogaram
bexigas carregadas com tinta
em direção ao prédio. Após o
protesto, o presidente da
UNE, Gustavo Petta, e uma
comissão iriam ao Palácio do
Planalto protocolar uma carta
pedindo a anulação do leilão
da Vale do Rio Doce.
(ANGELA PINHO)
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