São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2001

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PAINEL

Entregar os anéis
Jader Barbalho anunciou ontem a aliados do PMDB que deve deixar definitivamente a presidência do Senado para tentar saciar seus opositores e a opinião pública. Com isso, o paraense tentará ganhar tempo e manter seu mandato de senador e a imunidade parlamentar.

Conflito de interesses
Jader admite que é impossível impedir a abertura do processo de cassação, mas vai jogar para ser absolvido no Conselho de Ética ou no plenário. O PMDB governista é contra a estratégia, pois o desgaste será inevitável. O grupo prefere a renúncia.

Ameaça pirata
Cinco sítios vizinhos ao de Fernando Henrique, em Ibiúna (SP), foram assaltados na última semana por ladrões que chegaram de barco pelo lago que banha o condomínio.

Rota de colisão
Aliados de Itamar afirmam que ele interrompeu sua licença e voltou ao governo de Minas por desentendimentos com Newton Cardoso. O governador ficou irritado com a atuação insubordinada do vice na semana em que ficou hospitalizado.

Segunda opção
Em seu retorno, Itamar deixou claro a Newton que, se perder a indicação do PMDB à Presidência, poderá disputar o governo do Estado apenas para prejudicar o projeto político do vice.

Desembarque trabalhista
Em reunião da Executiva Nacional do PTB, o senador Arlindo Porto afirmou que a aliança com Ciro é "precipitação" e "oportunismo", que caracterizam o partido como "sigla de aluguel". Além disso, acrescentou, Ciro não irá emplacar.

Aprovado com louvor
Após o debate de ontem com Pedro Simon, Eduardo Suplicy foi parabenizado por Reinaldo Polito, seu professor de expressão verbal: "Você passou no teste, sua interpretação é um exemplo para outros candidatos".

Dívida bilionária
A Comissão de Precatórios da OAB reuniu-se com os presidentes de STF e STJ para reclamar do descumprimento de ordens para pagamento de dívidas judiciais pelo Estado de São Paulo e pela prefeitura da capital. A dívida vencida atingiria mais de R$ 10 bilhões.

Contas maquiadas
Marco Aurélio Mello (STF) disse à OAB que tem tido dificuldades para completar o levantamento do estoque de precatórios no Brasil. A OAB acha que o mapeamento não interessa ao governo porque revelaria que as metas acertadas com o FMI não foram cumpridas.

Malas prontas
Passada a posse de Alejandro Toledo no Peru, o embaixador José Viegas está de malas prontas. Missão cumprida em Lima, ele assume a Embaixada de Moscou. A crise institucional no Peru exigira a presença de um embaixador do primeiro time.

Laranja passada
A CPI do Roubo de Cargas descobriu em Paulínia (SP) que a Polícia Civil tem ordem para apreender 111 caminhões de uma empresa de combustíveis, acusada de usar 23 laranjas. O documento de um deles é de uma pessoa morta em 1944.

Viagem parcial
O Ministério Público se recusou a integrar a comitiva de Eliseu Padilha (Transportes) que visita a hidrovia Araguaia-Tocantins. Em carta, o órgão diz que a viagem afeta o princípio da isenção nos julgamentos.

Visita à Folha
O senador Fernando Bezerra (PTB-RN), presidente licenciado da CNI (Confederação Nacional da Indústria), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Ney Figueiredo, consultor político da CNI, e do advogado Ives Gandra Martins.

TIROTEIO

Do empresário Oded Grajew, diretor-presidente do Instituto Ethos, sobre a discussão de um pacote ético pelo Congresso:
- A responsabilidade de um parlamentar é melhorar os serviços públicos. Por isso o melhor código de ética seria obrigar todos eles a colocarem os filhos em escolas públicas no final do mandato para sentirem na pele os resultados de suas atuações na política.

CONTRAPONTO

Ao inimigo, com carinho

Em 1987, o deputado estadual José Amando Barbosa (PMDB), assessor do então presidente, José Sarney, pegou uma carona inesperada no avião que levaria o então governador de Mato Grosso, Carlos Bezerra, à cidade de Tangará da Serra. Barbosa era inimigo político do prefeito local, Jaime Muraro (PFL).
Sem saber que o rival viria no mesmo avião, o prefeito preparou uma recepção para o governador no aeroporto da cidade, com claque e fogos de artifício. O próprio Muraro se encarregou de soltar alguns rojões.
Quando a porta do avião se abriu, os fogos começaram a espocar. O primeiro a sair foi justamente Barbosa, que, ao ouvir a saudação, acenou entusiasmado para a claque preparada pelo político rival.
Dias depois, ainda irado, o prefeito revelou a um assessor:
- Pelo menos dois pavios eu apaguei com as próprias mãos!



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