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OUTRO LADO
Viva Rio nega existência de irregularidades
DA SUCURSAL DO RIO
O Viva Rio nega a existência
de irregularidades ou falhas
nas prestações de contas dos
convênios com o município
para aplicação do programa
Telecurso 2000. O assessor administrativo-financeiro da organização, Henrique Vasconcellos, afirmou que alguns problemas apontados, como a
não-comprovação de despesas,
já foram esclarecidos.
Em outros casos, como a ausência de notas fiscais no valor
de R$ 43.829,11, somando dois
convênios, Vasconcellos disse
não poder comentar -o relatório da auditoria, ao qual a Folha teve acesso, não detalha a
que gastos se refere.
Na opinião do assessor, a
quantia questionada (R$ 157
mil) é muito pequena, diante
do repasse de R$ 9,9 milhões.
""Num país em que se fala de
desvio de milhões de reais... E
nunca houve questionamento
do fim maior do programa
[formação acelerada nos ensinos fundamental e médio"",
disse Vasconcellos.
O diretor-executivo do movimento, antropólogo Rubem
César Fernandes, disse que a
aprovação das contas por auditorias do governo municipal
anterior mostra que a gestão do
programa do telecurso foi correta. Fernandes afirmou que o
Viva Rio é vítima da antipatia
do secretário municipal do
Trabalho, o deputado estadual
licenciado Carlos Dias (PPB).
""Ele é um senhor católico, ultraconservador, de índole radical anti-ONGs, anti-Viva Rio."
Dias, contudo, aprovou 11
prestações mensais do programa que lhe foram submetidas.
A Auditoria Geral do município faz o levantamento de modo independente, investigando
inclusive atos de secretários.
""O senhor Rubem César não é
o Viva Rio, ele está ridicularizando a entidade diante da opinião pública", disse Dias.
Fernandes afirmou não haver
conflito de interesses na contratação de uma empresa sua, a
consultoria Antinomias, para o
projeto (intitulado Programa
de Aumento de Escolaridade):
""Eu botei gente para trabalhar.
O Viva Rio não é órgão público,
não faz licitação. Desenvolve
produtos, idéias. Teve um custo o desenvolvimento da idéia.
Quem estava desenvolvendo
era eu mesmo, com um pessoal
que eu juntei".
De 123 telessalas do último
convênio, interrompido em janeiro pela Prefeitura do Rio,
Fernandes diz que cerca de 118
continuaram funcionando,
com o apoio da iniciativa privada. A educação e a qualificação
de jovens de favelas são as principais atividades do Viva Rio,
cujas receitas alcançaram R$ 14
milhões no ano 2000.
A Secretaria Municipal do
Trabalho afirma estar reformulando o projeto. ""O secretário
não vai fazer porque não tem
know-how. Não tem relação
com a Fundação Roberto Marinho, não vai conseguir dar continuidade ao programa", disse
Fernandes.
A fundação é a dona do método Telecurso 2000. Sua consultora de Comunicação, Andrea Gouvêa Vieira, negou que
a instituição saiba quantos livros e vídeos a Editora Globo
vendeu para o programa do Viva Rio.
""A prefeitura denunciou esse
convênio, mas a Fundação Roberto Marinho não é parte dele", afirmou.
(MM)
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